quarta-feira, dezembro 20, 2006

segunda-feira, dezembro 18, 2006

6º sentido

Existirá realmente um 6º sentido nas mulheres? Alguém duvida da sua existência? Serão as mulheres espias de Deus? Vou parar e reflectir. Até já.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Silêncio...

Xiu... O mundo precisa de um pouco de silêncio! Xiu...

Já volto.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Zzz..

Xiu! Não digas nada! Deixa-te estar aí!

Xiu! Não façam barulho! Deixem-nos!

Xiu! Já disse xiu!

Argh! Eu sei! Por isso mesmo, XIUU! Deixem-nos em paz!

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Cena III

Sorriste-me e disseste: "Anda p'ra aqui! Está frio!"
Piii! Piii! Que raio?? Ahh... o despertador! Era o despertador. São 8 da manhã e tenho-me de levantar para mais um dia de trabalho!

Bem o sonho foi bom.

Cena II

(...) Nesse momento de redescoberta, sussurraste-me ao ouvido: tive saudades tuas.
As tuas palavras furaram-me os tímpanos como uma agulha afiada rebenta um balão de uma criança! Fiquei atordoado com esse sussurro! Afastei-me de ti um pouco e, quando senti a tua perna enleada a meu corpo, caí redondo no chão! Tu caíste comigo. Rimos tanto que parecíamos duas crianças e rebolar na areia molhada da praia. Como quem mergulha em ondas de 5 cm à beira-mar, fomos escorregando pelo chão frio. A sua temperatura arrefecia o ambiente escaldante. E nós, rindo. A nossa alegria iluminava a sala. O nosso riso ecoava por toda a casa. Já me doía a barriga de tanto rir. Tu estavas com aquela cara parva de felicidade... surpreendentemente parámos os dois de rir exactamente no mesmo segundo. Com uma expressão de cumplicidade arrebatadora, sorrimos os dois e abraçámo-nos. Um abraço profundo e tenro.

Levantei-me do chão. Dei-te a mão a puxei-te para o quarto ainda iluminado com as velas que me acompanhavam todas as noite ao deitar. O quarto cheirava a um misto de papoilas e castanhas. Estranhámos o odor, olhámo-nos e sorrimos.

Sem que eu desse conta, tiraste a blusa e a saia e enfiaste-te dentro dos meus lençóis. No meu olhar existia um sorriso. No teu um mistério. Sorriste-me e disseste: "Anda p'ra aqui! Está frio!"


Cena I

Senti-te chegar. Fechei o olhos e saborei o aroma que rasgava o ar frio deste inverno. Deixei-me estar de olhos fechados, não fossem os meus sentidos pregarem-me mais uma partida.

Pouco a pouco, o ar refeito ficou mais quente e cada vez mais arrepiante. Serias mesmo tu? Senti um toque doce no ombro. Aquele toque como quem me avisa para parar de dormir e acordar porque a realidade estava mesmo a acontecer. Não abri os olhos. Deixei-me estar.

As tuas mãos percorreram-me do ombro ao meu peito no deslizar suave e meigo. A tua respiração reprimiu a minha. Os teus lábios saborearam-me a nuca como se me quisessem acalmar a alma. Os teus seios abraçaram-me as costas num perdão sincero. A tua perna direita enleou-me a cintura e confundiu-me os sentidos.

Grito! Não quero acordar! Não quero acordar! Mas numa explosão de energia raivosa e zangada os meus olhos abriram-se! Voltei-me para ti para ver quem eras! Tinhas uma saia verde linda.

De forma natural a minha alma acalmou-se enquanto a minha respiração se tornava mais intensa e profunda. As minhas mãos pousaram nas tuas ancas. Foram os meus polegares quem primeiro sentiram a tua pele. Pouco a pouco, os outros dedos ciumentos, subiram pelas tuas costas. Fervíamos os dois de paixão mas não quisemos apressar nada. Puxaste-me para ti. A tua mão redescobria o meu corpo e as minhas, mais atrevidas, deslizavam para baixo até às tuas coxas. Por baixo da saia verde, as minhas mãos iam subindo enquanto o meu pescoço era atacado pela tua boca. Num gesto duro e seguro, apertei-te o ventre e um gemido preso quis-se soltar. Era um grito mudo que a tua voz doce queria libertar. Senti o fresco algodão das tuas cuecas. Senti-o quente e húmido. Nesse momento de redescoberta, sussurraste-me ao ouvido: tive saudades tuas.

domingo, dezembro 10, 2006

Ele tentou!

- O que tens?
- Já te disse que nada!
- Não me enganas! Eu conheço-te!
- Nada!
- Pronto, está bem não é nada!
- Sim, não tenho nada!
- Claro que não tens nada! Vou sair, vens?
- Não! Espera! Onde vais?
- Vou dar uma volta enquanto não te passa o "nada".
- Mas...
- Até já!
- Espera! É que estou assim...
- Assim como?
- Assim...
- Eu sei como é. Sei o que eu sentes! Até já.

Ele saiu. Deu uma volta pela cidade. Pediu a todas as pedras da calçada um sinal. Ele nunca lhe pediu nada! Nunca quis mais do que ela lhe poderia dar. Nunca a obrigou a nada. Nunca a pressionou. Nunca a forçou. Deu-lhe a liberdade que fazer o que quis. Voltou então a casa.

- Voltei. Estás melhor?
- Estou.
- Ena! Estás com bom feitio, estou a ver! Boa noite.

Vestiu o pijama e foi para a cama. Amanhã será outro dia.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Xiu!

Xiu! Não digas nada! Deixa-te estar aí minha estrela.

Eu sei! Eu sei! Eu conheco-te bem. Tu conheces-me muito bem. Por isso mesmo deixa-te estar! Estamos bem! Deixem-nos estar!

Fecha os olhos! Isso! Ah! Não vale estreitar! Isso. Fecha bem os olhos! Confia! Achas que te faria algum mal? Vá! Exacto. Deixa-te levar... Estás a ver o que eu vejo? Assim não vale! Tens de fechar mesmo os olhos...

OK! Outra vez! Deixa-te levar... Imagina um lugar encantado! Esse não! O outro onde estivémos ontem. Esse mesmo! (Ficas gira com esse sorriso doce e meigo, faz-me sonhar.) Estás a ver aquele brilho confortante lá ao fundo? Tenta apanhá-lo! Estica-te! Mais! Força! Tu consegues! Não o deixes fugir! Espera, eu ajudo-te! Vamos tentar apanhá-lo os dois! Dá-me a tua mão! (O teu toque acalma-me...) Vamos lá os dois! Mais rápido! Não podemos deixá-lo fugir! Ahhh! Ufa! Conseguimos! Eu disse-te! Este brilho aqui perto parece maior! Vamos guardá-lo no bolso. Sorri!

Vruum... O que é isto? Viste o que eu vi? Passou tão veloz... O que era? Vamos correr atrás? Bora? Ohh.. eram só dois miúdos a brincar! Mas repara no rapaz! É aquele puto dos caracóis! E a rapariga? Olha, é aquela dos olhos cor do fruto seco de São Martinho! Tão queridos...

Vá já chega! Abre os olhos! Não queres? Estás a gostar, é? Amanhã continuamos! Temos tanto tempo!

Adormece... Que sorriso lindo! Que doçura! Que beleza! Deixa-te estar aí! Adormece... Ficas linda quando dormes! Pareces uma criança! Tão querida! Ohh.. tanto mimo que tenho!

Fazes-me bem e eu adoro-te!

Descansa minha estrela.

Até já!

quinta-feira, novembro 30, 2006

Mão na mão

Era uma vez um rapaz de olhos castanhos como o fruto e uma menina de olhos verdes como os campos alentejanos de Março.

Estavam a brincar os dois aos castelos de areia numa praia do litoral virgem alentejano. O castelo era enorme: tinha 5 torres, um átrio muito grande e várias dúzias de janelas. Os meninos imaginavam-se como um cavaleiro e a sua princesa. Passavam horas e horas sem que se dessem conta.

Certo dia, uma onda desfez o castelo! Muito tristes bateram na água tanto tanto, que ficaram todos molhados e sujos de areia com os salpicos. O mar forte e revoltado nem se preocupou com o chapinhar das crianças... Os meninos olharam um para o outro e soltaram uma gargalhada sincera. Deram as mãos, caminharam um pouco pela beira-mar e escolheram outro sítio para construir um novo castelo. "Desta vez maior! Diferente! Mais forte!" - Prometeram um ao outro.

Felizes aqueles que têm alguém ao lado; que mão na mão vão crescendo juntos e sorrindo. Porque o mundo não é pequeno, mas imenso como o mar.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Porquê?

Sussuro o teu nome na bruma do anoitecer. Vou bem fundo cá dentro e sinto-te perto. Em todos os recantos vejo o teu nome escrito...

Chego a casa, tomo um duche rápido, faço a barba para amanhã ficar na cama mais 5 minutos, faço o jantar e sento-me a ver televisão. Nunca dá nada de especial a esta hora! Ligo o portátil e revejo fotografias nossas. Fumo um cigarro à janela. Vejo um casal a beijar-se num carro. Fez-me lembrar aquela noite na Ericeira. Era Inverno, o mar estava revoltado e nós dois dentro do carro a olhá-lo. Lembras-te desse fim-de-semana? Dormimos pela primeira vez em conchinha a tocar um no outro! Finalmente habituei-me a dormir com alguém! Tu sabes que tenho insónias e me custa adormecer.. Sentir-te perto de mim sabe-me bem. Sentir o calor do teu corpo, o mel dos teus lábios em cada beijo merecido e sentido. Abracei-te por trás e sussurei-te: “Amo-te!”. Tu moveste lentamente os ombros, num gesto de aceno, e com um sorriso no rosto, que não podia ver mas senti, disseste-me: “Eu também!” E ficámos ali até ao Domingo seguinte, como se nada mais nas nossas vidas nos importasse.

Voltámos para Lisboa! Trânsito insuportável! Eu odeio condutores de fim-de-semana! E tu também! A música no carro tem ritmo! Vamos cantalorando os dois durante toda a viagem de regresso passando por algumas praias da costa Oeste. Existem por aqui praias de nudistas, mas nós procurámos e não encontrámos nada!

Quando chegámos a Lisboa fomos passear pela baixa. Havia um grupo de miúdos a correr e a rir, fugindo da monitora desesperada com tantos e tão reguilas que eram. Sempre quisémos ter um filho! Com caracóis! Lindo como nós dois! “O nosso filho vai ter caracóis e olhos verdes!” dizes-me tu com um sorriso enorme.

Chegámos a casa e fui a casa de banho! Estava tão aflito! Quando chego à sala, tinhas apagado as luzes e estavas-te a despir por completo e em silêncio. Estupefacto, parei! A luz dos candeiros da rua que passa pela janela semi-cerrada contornava a tua silhueta de uma forma bela e única. Nua aproximaste-te de mim e despiste-me. Com uma voz sexy e doce pediste-me para te seguir até ao quarto. Mergulhámos um no outro de uma forma quente e apaixonante, louca e vertiginosa. Fizemos amor como nunca. Quando terminámos, os nossos lábios ardiam, o suor escorria nos nossos corpos. Fumámos um cigarro!

Olhei para ti e tinhas um ar estranho. “Conta-me o que se passa!”, pedi-te. “Fala comigo!”, implorei-te. Tu nem te esforçaste por um gesto, um mimo. Comecei a desesperar... Fitaste-me o olhar e soltaste tudo. Disseste-me, num discurso estudado, que tinhas dúvidas se me amavas. Que tinhas estado bem sem mim. Que não tinhas saudades minhas. Começaste a chorar e eu abraçei-te e disse-te que te amava, que tudo se iria resolver porque se tudo o que for mais sagrado e verdadeiro, o for de facto, será universal e intemporal. Não queria acredidar no que estava a acontecer. Levantaste-te, vestiste-te e partiste.

Durante semanas não soube de ti. A tua mãe ligou-me uns meses mais tarde a dizer que estavas no hospital e querias-me ver. Voei até Santa Maria. Querias falar comigo, mas eu cheguei tarde demais. Escreveste-me uma carta:

“Descobri que tinha uma doença incurável em fase terminal e não te quis preocupar. Quis-te poupar a todo o sofrimento de me veres morrer lentamente... Perdoa-me.
Contigo descobri o que é amar alguém e, por isso mesmo, deixei-te voar sozinho. Sei que vais encontrar alguém e dar-te da mesma forma extraordinária como te deste a mim.
Perdoa-me por tudo! Perdoa-me por ter de ser assim!
Amo-te.”

Hoje vejo-te em todos os locais, todos gestos e todos sons. E cada vez que te vejo, uma lágrima escorre-me pelo rosto.

Amo-te.


NOTA: Ainda bem que é só um conto! Ouch! É estranho que quando mais feliz e contente estou, mais triste é a minha escrita! Estranha coisa esta da mente!

terça-feira, novembro 28, 2006

Que noite!

Chego a casa cansado. Procuro-te e não te vejo. Lentamente sinto tua respiração no quarto. Chamas por mim... Quando te encontro deitada na cama, com umas rendas curtas e tapar pudicamente algumas zonas do teu corpo, fico estupefacto. Não quero acreditar no que os meus olhos veêm!

O quarto cheira a Outono dos bosques mais remotos. Sento-me perto de ti. O teu corpo tresandava a desejo. Percorro todas as linhas do teu corpo, aproveito cada canto, saboreio todas as zonas e aproveito-te como se fosse a última vez! Sussurras-me ao ouvido palavras doces e selvagens, delicias-te comigo... Pouco a pouco, entrego-me e tu segues-me.

Esta noite quiseste ser a minha puta preferida. Entreguei-me como forma de pagamento. Não me importei porque sei que quando acordar, tu estás aqui ao meu lado, mão na mão, como sempre, como dantes.

Amo-te.

Só isso! Lembrei-me!

Passamos a vida inteira a querer ser grande e, quando nos apercebemos que é tão bom ser criança, crescemos. Eu cresci. Cresci com medo, dificuldades, obstáculos, mas cresci. Por vezes esse medo, esse receio das consequências, o medo de dizer "gosto de ti", o medo de sofrer, magoar, arriscar, sufoca-nos a alma. Ter medo é bom! Mas ter medo e não experimentar, ter medo e fugir é castrador! Como ultrapassar esses medos?

Ontem encontrei a mesma mulher naquele restaurante onde almoço. Olhei-a e vi uma mulher com sonhos de menina. Ora cheia de medo e assustada ora forte e determinada. Ora alegre ora triste. Ora cansada ora cheia de vida. Ora rabugenta ora encantadora. Ora ciente do que quer ora confusa e sem orientação.

Lembrei-me, naquela confusão de tentar descrever a mulher que via, dos vários diferentes beijos que trocádos: os de rotina, os apaixonados, os de novidade, os de amizade, os de descoberta, os de ilusão, os doces e os salgados, os de obrigação, os sensuais,...

E? Nada mais! Só isso! Lembrei-me!

domingo, novembro 26, 2006

Grita!

Por favor, grita! Grita com todas as forças! Grita até não puderes mais! Mostra-te! Como o choro de um bébé com fome, grita! Pede a mão de alguém!

Ter-te amado foi tão simples que ainda não acordei.

quarta-feira, novembro 22, 2006

É meu !!!!

Gente perdida...

Por vezes encontramos, entre os livros, discos, cassetes, CDs perdidos lá para casa, palavras que sempre ouvimos mas nunca nos tinhamos dado conta do seu verdadeiro significado... Reparem nesta letra de Mafalda Veiga!


Eu fui devagarinho
Com medo de falhar
Não fosse esse o caminho certo
Para te encontrar
Fui descobrindo devagar
Cada sorriso teu
Fui aprendendo a procurar
Por entre sonhos meus

Eu fui assim chegando

Sem entender porquê
Já foram tantas vezes tantas
Assim como esta vez
Mas é mais fundo o teu olhar
Mais do que eu sei dizer
É um abrigo pra voltar
Ou um mar para me perder

Lá fora o vento
Nem sempre sabe a liberdade
A gente finge
Mas sabe o que não é verdade
Foge ao vazio
Enquanto brinda, dança e salta
Eu trago-te comigo
E sinto tanto, tanto a tua falta

Eu fui entrando pouco a pouco
Abri a porta e vi
Que havia lume aceso
E um lugar pra mim
Quase me assusta descobrir
Que foi este sabor
Que a vida inteira procurei
Entre a paixão e a dor


Não! Eu não me sinto perdido como "essa gente"! Estou de tal forma sereno que quase me assusto! Gostei de ouvir esta música hoje! Uma música que ouvi vezes e vezes sem conta durante longos anos e nunca tinha dado importância à letra!

Há coisas fantásticas, não há? Tentem limpar o pó de um CD, disco ou livro antigo! Ouçam-no ou leiam-no outra vez! A vida tem ciclos! O que ontem não foi verdade, é-o hoje! E o que hoje é mentira, amanhã pode ser verdade! Deixem-se levar...

domingo, novembro 19, 2006

Diamonds are the girls best friend

Diamonds are the girls best friend ! E os homens têm alguma coisa na vida que os faça sentir bem? A resposta é, peremptoriamente, sim! Não há nada que faça um homem mais feliz que poder, carros ou mulheres!

sábado, novembro 18, 2006

Coragem!

No sol de inverno
vejo o teu sorriso,
acendendo meu desejo,
e a vontade enorme
de que o teu beijo,
num gesto apetecido
e no momento preciso,
volte a crescer uniforme.

A vida cala-nos
em esperança veloz
e os sonhos perdem-se
em amores desdenhados.
Que sina atroz!

Ver o destino
e ficar parado
deixa-me revoltado.
É preciso coragem!
É preciso ser-se feroz!

Um almoço...

Sento-me no restaurante de sempre. O sol de inverno aquece-me a pele. Na mesa do quanto vejo uma mulher lindíssima: pele morena, olhos castanhos, longos cabelos negros. As feições suaves do rosto lembram-me outros amores. Os lábios encarnados de desejo despertam em mim um pulsar interior acelerado.

Almoço como sempre, como dantes. Os nossos olhos cruzam-se. Durante leves segundos conhecemo-nos no olhar. Viajo por entre o seu corpo, imagino as linhas, contornos e formas. Ela solta um leve sorriso tímido e atrevido.

Habitualmente não peço sobremesa, mas naquele dia apeteceu-me. Leite creme com açucar queimado. Convidei-a para se juntar à minha mesa. Ela sorriu, bebeu um gole de vinho e humedeceu os lábios.

Aproximou-se como quem dança sensualmente. Senti um gemido interior. Nada mais existia naquela sala: só eu e ela. O ar tresandava a um misto de paixão e receio. Era um ar quente sofucante. Desapertei a gravata e o botão da camisa.

- "Olá!"
- "Sou o Vasco."

Beijei-lhe vigorosamente as maças do rosto.

terça-feira, novembro 14, 2006

O rapaz dos caracóis...

Nota: este post é fictício na sua íntegra. Foi fruto de devaneios mentais. Não é auto-biográfico, nem pretende ser. Dedico-o a todos os apaixonados que ainda escrevem cartas de amor.

Ontem vasculhei memórias de outros tempos. Tempos em que se escreviam cartas. Vi um rapaz de caracóis sereno, com os olhos embergados de paixão a gatafunhar num papel. Quando acabou, sorriu para mim e deitou fora os gatafunhos. Curioso, aproximei-me e li:

O vento fresco da manhã envolve a minha pele com a mesma doçura com que me olhas. De repente deu-me uma saudade imensa daquele tempo em que tínhamos menos preocupações, daquele tempo em que nossas mentes e almas estavam dedicadas e dirigidas apenas para o prazer e para a satisfação do outro. Relembro esses tempos em que sorríamos com mais naturalidade e só o simples facto de estarmos juntos, era por si só fantástico. Tornamo-nos exigentes demais! Estamos viciados numa mania estranguladora de procurar em lugares distantes algo que talvez esteja mesmo diante de nós.

Parei para pensar um pouco e concluí que ainda é possível revivier aquela época em que ausência do outro nos despertava a mais feroz das saudades, aquele tempo em que a chegada do outro nos fazia transbordar de felicidade.

Agora o manto da noite cai lentamente envolvendo-me numa bruma apaixonante. Tu não estás. Pouco a pouco a saudade invade-me e fico aflito a olhar para a porta, à espera que tu chegues de surpresa a qualquer momento. No meu peito ouço o bater de prazer e ternura.

Interrompo o devaneio de imaginar esse reencontro. Levanto-me de forma fugaz e sirvo-me de um copo de vinho. Aos poucos sinto-me mais feliz, porque o vinho contido neste copo traz-me os aromas frescos dos bosques e dos elementos que me alimentam o espírito. É através deste vinho que me chegam sensações, onde as dúvidas se desvanecem e o existir se torna claro e límpido como o nosso amor. É da natureza brilhante e transparente do vinho que me chegam respostas reveladoras e a consolação para todas as dores que a tua ausência me provoca.

Queria brindar contigo! Queria brindar ao amor que habita nas nossas almas!

Vou-me deitar mais uma vez sozinho, mas não são poucas as vezes em que me descubro a procurar o teu corpo na minha cama. Dou-te a mão e fecho os olhos. Sinto os teus cabelos no meu ombro, cruzo o meu braço sobre ti e acaricio o teu ventre por toda a madrugada, por toda a minha vida.

É tão bom ver emoções tão fortes num rapaz tão novo... O rapaz olhou o céu e, enquanto acariciava os seus caracóis, esfregou os olhos e levantou-se com um sorriso enorme do tamanho do mundo.

Depois de ler, notei que dos meus olhos caiam lágrimas. Não de desespero, mas sim de felicidade. Fui tocado por um anjo...

Oups...

Instrumentos desconhecidos deflagraram-me a alma e, num impulso frenético, as palavras querem soltar-se dos meus dedos.

Um dilúvio de emoções cresce no meu corpo de dia para dia num hálito invisível aos demais. Algo maior. Diferente. Quero perceber se vale a pena.

A universalidade e a intemporalidade parecem segundos efémeros e os minutos passam cada vez mais rápido! Os dias voam! Quem me tem feito voar se já não existem anjos?

A vida vai acontecendo e cada um de nós corre à sua maneira. Seguramente vamo-la ganhar (cada um por si!), de asa dada uns com os outros, como o temos feito sempre.

Façam-me um favor: ofereçam a vossa asa ao vizinho, ao amigo, ao desconhecido... Só assim voaremos todos! O mundo é tão grande!

quinta-feira, novembro 02, 2006

The End!

Este blog tornou-se obsoleto.
Até já.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Idade do juízo

Ao juízo nos homens dá-se o nome de maturidade. Sim mulheres, os homens também sentem essa chamada do juízo.

O juízo chega nas fases mais complicadas da nossa vida. A libertinagem alcoólica e sexual deixa de ser o mais importante. Damos valor a novas e simples atitudes, acções, olhares e toques. Descobrimos que o tempo é finito e que passa por nós como vento. Desvendamos os segredos da nossa vida e percebemos o que fizemos e não fizemos com ela. Descortinamos os amores que desdenhámos, com frieza e ironia de quem não quer responsabilidades, e as curvas da nossa rota que optámos por seguir. É este o momento de juízo da nossa vida: em que todas as certezas em que assentámos a nossa vida se desmoronam como baralhos de cartas. Como um tremor de terra igual ao momento em que aquele que supúnhamos ser o amor da nossa vida se evapora e nos deixa sozinhos, a olhar para as estrelas, à espera de uma explicação para o facto.

Somos anjos de uma asa só. Só conseguimos voar quando nos abraçamos um ao outro. O meu anjo será alguém único, forte e lindo. Alguém que me possa orgulhar e goste de mim pelo que sou. Que me agarre e puxe para o vôo. Que me estimule e me faça mais e melhor. Que aceite as minhas loucuras e não se sinta inferiorizada quando estou em alta e me apetece brilhar no firmamento. Alguém que compreenda que é mais difícil manter uma relação do que construir uma nova. Alguém que se empenhe com trabalho árduo na relação. Alguém que não me tome como garantido, porque eu sou estrela e tenho uma manutenção dispendiosa. Alguém verdadeiro.

Se eu quero isto tudo, espero conseguir dar isto tudo a alguém também. Por enquanto digo adeus ao que mais quero e vou fingindo que não vou voltar...

Até já.

terça-feira, outubro 31, 2006

Sem assunto

Em todas as ruas desertas, existe sempre uma pequena invasão de asas brancas. Baloiçam no silêncio da penumbra como mordeduras de uma ventosidade formidável.

Hoje ouvi risos e palmas. Recuei uns passos e avancei outros tantos numa correria invejável. A surpresa apanhou-me desprevenido. Conteiplei o momento que nasceu no meio de ervas daninhas. O frio roubou-me a respiração: num olhar incandescente sobre cortinados de bruma e sob uma figura sem rosto, vi-te.

quinta-feira, outubro 26, 2006

+1 dia 27

À luz de tudo o que se tem passado, os dias 27 passam cada vez melhores. Sinto-me bem. Estou bem. Se tenho saudades? Claro que sim. E ansiedade? Cada vez menos. Cada vez menos! A razão? Porque às vezes assumir que o telemóvel não vai tocar me deixa mais tranquilo e sereno. Assim, sempre que toca, é um novo passo a descobrir, um novo mistério.

Um dia de cada vez. É exactamente isso que preciso para me sentir vivo: mistérios, descobertas, algo novo.

Se quero voltar atrás e recomeçar tudo? Não quero. Quero antes descobri-la num novo olhar, mais intenso e verdadeiro. Olhar onde os peitos se tocam, onde as estrelas brilham mais que o corruscar da lua cheia e as duas vidas se fundem. Quero acreditar que a vida é cheia de esperança, tal como as violetas que morrem mas voltam sempre a renascer.

"A única coisa que quero, daqui a 50 anos, é ter certeza que vivi tudo o que podia, que arrisquei, que cometi todos os erros, que aprendi com todos eles, que chorei e ri todas as vezes que devia. Porque o mundo é imenso e a vida é feita de instantes. Porque a vida não é pequenina mas sim recheada de emoções, de euforia e desespero, de loucuras e medos. Porque isso nos faz sentir vivos! Porque vale a pena!"

Quero mais mistério, mais sedução, mais loucura. Quero mais, muito mais!

Quando a tíbia luz do alvorecer me entra pelo quarto dentro todas as manhãs, quero continuar a sorrir porque não sei o que me reserva o dia. Não quero planos, não quero combinar nada. Quero segredos, mistérios, aventura, loucura.

Se ainda amo? Amo a minha vida tal e qual como é, com tudo de bom e mau, porque eu, eu tenho uma vida extraordinária.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Está decidido!


Está decidido! Na soma de todos os momentos até hoje vividos e numa profunda análise do que tenho sido e de quem sou, decidi. O que decidi só a mim me diz respeito. Mas está decidido.

Coloquei a bandeira em cima do monte com um sorriso a meia haste, nervoso e fugaz. Morto de medo mas contente de ver tudo cá de cima. Um bafo de ar frio aqueceu-me a alma, gritei com todas as minhas forças, abanei a cabeça e saí à pressa.

Já cá em baixo, lavei a cara com água fria. Olhei-me ao espelho e falei com o reflexo: ajoelhei-me todos os dias, reinventei-me todos os dias, estou tão cansado de correr, agora tem de ser mesmo a tua vez.

Coragem!

Coragem, força e determinação. É tudo o que é preciso.

Há dias melhores e piores. A decisão foi a correcta e vamos seguir com ela.

Um dia de cada vez e sem jogos.

Só com a distância, o "passinho a passinho de forma natural" pode começar a fazer algum sentido...

domingo, outubro 22, 2006

Magia do palco

Lá fora um manto de nuvens faisca electricidade e chora por todos aqueles que se entregam e perderam a capacidade de soltar o mar dos olhos.

Há alturas no nosso caminho que é necessário nos entregar de corpo e alma, esperar e acreditar. Ainda existem milagres e eu presenciei um.

A pulsação frágil de cansaço lembra-me que é Domingo. Caminho nas lembranças do fim-de-semana. Foi fantástico: a plateia com 2000 mil pessoas de olhos e ouvidos abertos; um grupo de amigos magníficos com um sorriso sincero; os passos energéticos coreografados escapavam do meu corpo como se quisessem arrancar tudo o que já foi; a música flutuava debaixo da minha pele, as vibrações, a energia, a vida. Foi um momento único! O feitiço do palco misturado com os segredos do coração... Instantes extraordinários.

A luz dourada do pó aquece-me o rosto e arrasta o sopro do peito para o sorriso. Senti esse vapor interior numa cadência de movimentos disparados do meu corpo. Olhei para o público, reconheci caras, observei alegria, arranquei sorrisos. É esta a magia do palco que me faz sentir vivo e me relaxa o espírito. É no palco onde pululam as sementes do peito. É mágico. Sabe tão bem!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Não quero estas palavras

Nao escrevo mais. Não escrevo porque tenho medo que as minhas palavras nos encontrem.

Não quero escrever mais.

As palavras fogem-me entre os dedos como crianças em busca do seu tesouro. São palavras fugitivas que se escapam das minhas mãos. São adjectivos que não conheço, figuras de estilo que nunca usei. Não sei de onde surgiram ou quem são os seus pais. Não as conheço. Não me conheço.

Estranho como a alma humana assimila tanta informação que raramente a usa. É o caso das palavras. E hoje, essa minha alma, essas minhas palavras acorrentam-me a um passado que não quero viver. Prendem-me como a âncora segura o seu porto. Não quero. Não quero ouvir-me. Não quero ler-me.

Quero apenas ser eu; um eu sem palavras, porque agora é a tua vez.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Primeiro dia

Olhar onde a distância nunca acalma,
Esperando o que vier de peito aberto
.

Hoje é um novo primeiro dia.

Até já.

terça-feira, outubro 17, 2006

Semente

Se a semente não cair
Na terra e não consentir
Em lá se deixar morrer,
Nunca a torrente da vida,
Que nela está escondida
Poderá sobreviver.

Mas se a semente
Consente
Em cair
É então, então somente,
Que ela há-de ressurgir,
Não como d'antes, sozinha
E isolada,
E mesquinha,
Mas na seara dourada
Que d'ela há-de sair.

Não sei o autor

segunda-feira, outubro 16, 2006

Repita comigo: "Eu, eu e mais eu!"

O poder pessoal é igual à capacidade de decisão e acção.
É nos momentos de decisão que começamos a moldar as nossas acções e a definir os resultados que iremos obter no futuro. Deve ser desenvolvida uma estratégia pessoal e um plano de acções para alcançar os objectivos. Seja no plano profissional ou pessoal.
É preciso persistência e determinação. Qualquer um é corajoso e persistente quando trava uma luta que está a ganhar, mas e quando os desafios aparecem? As adversidades vão surgir de certeza! Nessa altura temos de abraça-las e aprender a lição or trás de cada obstáculo.
Obviamente que se corre o risco de adquirir medos, dúvidas e falta de auto-estima no entanto, com persistência, a nossa confiança aumenta.
As palavras-chave são decidir e actuar.
O sucesso é construido diariamente e passo a passo. O fracasso só existe quando paramos de lutar.
Os nossos proximo 30 ou 40 anos estão a ser criados agora. Se não decidirmos como os queremos viver, alguém o fará por nós (e nós não queremos que alguém decida por nós, pois nao?).
Mude de atitude! Tome uma decisão! Invista em si! Agora! Já!

sexta-feira, outubro 13, 2006

Mais um objectivo!

Mais um objectivo! A partir de hoje sou Engenheiro! Tudo o resto virá por acréscimo!

Hoje é o MEU dia!

terça-feira, outubro 10, 2006

Tu fazes com cada uma...


Fazes-me um bem terrível ao peito... e à alma, que de tão pequenina se sente tão grande!

domingo, outubro 08, 2006

1º dia

É na primeira vez que sentimos o friozinho da barriga que nos faz suspirar bem fundo. É na primeira vez que o tempo voa. É na primeira vez que nos sentimos mais vivos. É na primeira vez que os corpos se apresentam. É na primeira vez que tudo é intenso. A primeira vez é sempre a primeira vez.

Quantas vezes temos a primeira vez outra vez?

Hoje é a primeira vez. Hoje é o primeiro dia de escola (do resto da minha vida?). Siga a bola!

sexta-feira, outubro 06, 2006

Uma noite extraordinária...


Hoje dormi contigo. Não podia ouvir a tua voz ou sentir o teu contacto, mas a tua luz e o teu calor coruscavam em cada canto do meu quarto. Vou contar-te:

No quarto as lembranças desenhavam uma pista que vigoravam-me o peito. O meu olhar perdeu-se na imensidade do teu corpo. Os minutos passeavam entre as horas e deslizavam como uma simples miragem enquanto te observava.

Tinhas as mãos abertas como asas, na tua cintura descaía um fino lençol que definia uma curva de cuja espécie ou género não há igual, o desenho dos teus ombros cheiravam a castanha e as linhas e sombras dos teus lábios acariciávam os meus.

Lá fora a chuva e a bruma intensificavam o mistério do teu toque. Permaneci imóvel, quase sem me atrever a respirar, enquanto descobrias o meu corpo. Os teus dedos cheiravam a terra molhada e a minha pulsação disparava com o roçar da tua pele.

Nunca me tinha sentido tão seduzido.

Esta noite mostrou-me que posso viver mais e mais intensamente, que posso contigo voltar a sentir como outrora. Obrigado por tudo!

Obrigado pelo quê?
Por tudo! Não faças perguntas difícies.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Seremos cúmplices o resto da vida











Fica tão fácil entregar a alma
A quem nos traga um sopro do deserto
O olhar onde a distância nunca acalma
Esperando o que vier de peito aberto

Mafalda Veiga

terça-feira, outubro 03, 2006

Uma manhã...

Acordo algum tempo antes do despertador. Lá fora a cidade começa a nascer. Ao meu lado estás tu.

Não me levanto da cama. Fico a observar-te um pouco sob a tíbia luz do alvorecer que as cortinas do quarto deixam passar. És tão linda quando dormes. Pareces uma criança. Acordas lentamente. Olhas para mim. Eu suspiro, amparado pelo teu sorriso que sei que me perseguirá todo o dia.

É neste momento que me sinto agarrado, seduzido e envolvido pelo nosso amor... Os nossos corpos começam a acordar. Tocam-se como se fosse a primeira vez. Os nossos cheiros misturam-se confundidos a que corpo pertencem. Sinto-te. Sentes-me. É tão bom acordar contigo.

Vamos tomar o duche matinal, eu aperto-te o vestido e tu fazes-me o nó da gravata. Os putos começam acordar lentamente com birras e gritos infantis. "São miúdos!" pensamos nós com o nosso olhar cúmplice de felicidade. São nossos.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Encontra-te!

Faz-nos um favor: encontra-te!
Depois disso eu ensino-te a andar de bicicleta.
Até já.

Faz-me bem!


Sinto-me bem em fazer bem a alguém! Faz-me bem!
Sinto-me bem em fazer alguém sorrir. Faz-me bem!
Sinto-me bem em sentir um abraço merecido. Faz-me bem!
Sinto-me bem em ter um beijo muito esperado. Faz-me bem!
Sinto-me bem em acordar de manhã, dar três saltos e gritar! Faz-me bem!
Sinto-me bem em surpreender alguém! Faz-me bem!
Sinto-me bem e isso faz-me bem!

domingo, outubro 01, 2006

Quedas...

Ás vezes é preciso cair do cavalo 7 vezes para se aprender a andar. No entanto, 7 vezes podem ser poucas...

Verdade é que é preciso bater com a cabeça no chão vezes sem conta para realmente aprendermos. Seja o que for.

Estou a adorar viver esta altura da minha vida contigo. Obrigado por me fazeres sentir vivo! Bora cair mais uma vez? E outra e outra e outra... É tão bom levantarmo-nos a seguir!

Eu estou pronto! Tenho as joelheiras, caneleiras, capacete, protecções para os cotovelos, para ombros, ... Tenho tudo! Estou pronto! Vamos cair outra vez?

sexta-feira, setembro 29, 2006

Sexta-feira de birra!

- A vida não é assim! Claro que não! E nada tem de acabar assim, porque a vida não é assim!
- Vá, tira essa cara de birra e vem beber uma mini!
- Não vou!
- Vens, vens! Porque eu quero!
- Não quero sair daqui...
- Vá, levanta o rabo preguiçoso da cama, e vem aproveitar o dia que hoje é sexta-feira!
- Não... hmm... hoje é sexta-feira?
- Sim! Bora!
- Está bem... pronto, eu vou...

Digam-me!

As nuvens resvalam o céu e as ruas morrem submergidas sob um campo de neblina ardente. Eu perdi o Amor. Digam-me que a vida não é isto!

As nuvens escancaram-se e o céu estrelado surge sob uma tela estrelada de esperança... Digam-me que a vida não é isto! Eu encontrei o Amor! Porque foge agora? Não percebo... parece uma criança que corre desenfreadamente do papão! Anda cá! - grito - Eu não te quero magoar... E a criança continua a fugir... a correr cada vez mais rápido...

E depois disto? Desisto! Não há mar para navegar, nem terra para cavar. Não há um único farol com luz, nem uma terra molhada!

Digam-me que isto não acaba assim. Por favor! Não pode acabar assim! Não tem de acabar assim! Digam-me por favor! Eu quero acreditar!

quinta-feira, setembro 28, 2006

Entre os 24 e 30 anos...

Chega a determinada altura das nossas vidas (entre 24 e 30 anos!) que tudo parece mudar.

Desânimo, depressão, medos, resmunguice...

Tentem pensar no bom que é a maturidade. Ter consciência de quem realmente somos, conquistar coisas importantes com o nosso próprio esforço... é tão bom!

Não pensem em culpa! Substituam a palavra culpa por responsabilidade e tudo ficará mais claro!

Calma! Tenham calma! As mudanças não acontecem de uma semana para a outra... Podem durar 1, 2 , 3 meses... Vamos com calma!

Mas é tão bom! Faz-nos sentir puros, únicos e especiais. Se algum dia sentirem isto e estiverem sozinhos, partilhem! É vossa obrigação partilhar os sintomas da maturidade! E há tanta partilha para fazer ainda... Porque, afinal, a vida não é só festa! É participar e partilhar!

Telefone a essa pessoa que guarda aí dentro do peito e partilhe! Dê todo o seu amor! No seu máximo esplendor! Surpreenda-se, vai ver que não se arrepende!

quarta-feira, setembro 27, 2006

Capítulo Primeiro

O Nuno teve os últimos anos em grande. Festivais de Tunas, Arraias de estudantes. Ele teve em todos e brilhou em todos, qual estrela no firmamento.

- Estou mesmo em baixo. – confessa o Pedro ao Nuno numa festa que estava cheia de mulheres – Cada vez percebo menos as mulheres. Afinal o que é que elas querem?

- “Pouussss” – Nuno com uma expressão de compaixão e aceno – Uma das coisas que a mulher mais quer, antes de mais nada, é atenção!

- Mas eu dou tudo aquela rapariga!

- A mulher quer e precisa de ser notada, observada, ouvida, considerada. A mulher quer dos homens a atenção para o facto da sua condição de mulher, mulher feminina, com gentilezas e docilidades. Elas querem que a notem por sua condição de sensibilidade, generosidade e compaixão.

- E eu ouço a Maria. Nós falamos sempre tanto.

- Não é o facto de falar e ouvir. É mostrar que a presença dela na mesma sala em que tu estás, não te é indiferente. E como as mulheres se esmeram para serem notadas! Toda aquela essência de mulher... – Nuno suspira.


O Pedro confia no Nuno. Olha para ele como um exemplo a seguir. Vê no Nuno alguém tão forte, confiante e certo sempre de tudo. Um exemplo. Entretanto, passa uma rapariga em frente deles. Vinha com uma saia verde larga pelo joelho e uma camisola branca com o decote generoso. A lingerie só podia ser preta. Terminava com uns saltos altos e uns adereços coloridos.

- Repara nesta rapariga. Fez tudo para que fosse notada. – diz confiante o Nuno – Mas uma mulher, por muito forte que seja, quer também protecção. Não porque seja ou sinta-se incapaz de se proteger a si própria. O que realmente a motiva é a percepção da disponibilidade do homem para com ela: um braço que a ajude a sair do carro, que lhe seja oferecido o lado mais seguro do passei, um casaco que a abrigue do vento e do frio... Protecção significa o desejo que a mulher tem de perceber-se considerada a ponto de alguém (um homem!) fazer algo por ela, e não necessariamente para ela, por ela ser mulher.

- Eu sempre tive todos os cuidados com a Maria. Sempre lhe dei a minha capa de estudante quando tinha frio, a mão a passar a estrada, uma ajuda a transportar uma mala pesada. Tudo!

- Calma! Nem tudo é como dizem os manuais! A parte mais significativa da realização da mulher é a sua dedicação. Há, de uma forma ou de outra, na mulher uma capacidade de doação, de uma entrega a alguém ou alguma causa que a comove. A mulher precisa de dedicar a alguém todo o seu potencial de amor.


Enquanto falava com Pedro, o Nuno acompanhava os movimentos deslizantes e pensados na rapariga na saia verde. Ao Nuno não lhe escapava nada. Um primeiro cruzar de olhos disse-lhe que havia ali desejo.
Continuou o Nuno.

- A mulher quer ser única. A mulher percebe em no seu interior que não é justo para ela, depois de tanto cuidado e doação, não ser considerada a única mulher por um homem. A sua auto-estima, amor próprio e senso de dignidade, no fundo mais do que ciúmes e egoísmos, a fazem reivindicar a unicidade da sua relação. Uma mulher não quer ser a favorita, quer ser a única!

- Nunca tive outra senão a Maria.

- A mulher quer estabilidade. Ser “para sempre” é o seu ideal! E para isso a mulher desenvolve uma capacidade de resignação e paciência admiráveis.

- Mas a nossa relação foi sempre estável. Será que ela quer alguma instabilidade na vida Nuno? Não a percebo...

- Ela não quer instabilidade, simplesmente foge da monotonia, procura aquela paixão, aquele friozinho na barriga que sentimos quando alguém nos surge e enquanta.

- Hmm... - Pedro suspira e solta uma lágrima.

- Pedro, tem calma. Não é preciso tanta ansiedade e frustração. A mulher é um bicho confuso e lindo. Vai correr tudo bem, tenho a certeza.

- Nuno! – acorda o Pedro como se uma estalada surpresa tivesse levado – Tu percebes tanto as mulheres, porque andas sempre a saltar de uma para a outra e não estabilizas a tua vida amorosa?

- Vou estabilizar, vou, e é já! – Nuno levanta-se em direcção à menina da saia verde, pelo caminho foi buscar mais uma imperial.


Pelo caminho olhou para trás e disse ao Pedro uma última frase:

- O que é teu a ti virá! Confia!

O malabarista

Malabarismo é a arte de manipular objectos com destreza e elegância.

Quando era mais novo, tentava fazer malabarismo com tantas laranjas que acabavam sempre por cair no chão algumas, quando não todas. O que fazia quando elas caiam? Ia buscar outra laranja ao cesto.

Sinto-me um malabarista. Reparem bem na graça e elegância dos meus gestos...

Cada laranja é um sonho. A vida é mesmo assim. Tenho 3 laranjas. Uma em cada uma das minhas mãos e a outra solta no ar. A que está no ar foi lançada com habilidade, conhecimento empírico, classe,... no entando o movimento que ela faz tem o seu próprio caminho e rumo. É como se eu tivesse lançado um sonho, no entanto, nem sempre tenho controlo sobre ele.

Neste momento, é preciso deixá-lo voar sozinho e pedir que ele cumpra, com destreza e dignidade o seu rumo, e chegue à sua meta realizado. Que caia de volta na minha mão com o seu objectivo cumprido.

De nada vale fazer malabarismo com muitas laranjas... É melhor começar esta arte circense com uma laranja de cada vez. Passinho a passinho, até chegar ás 2, 3, 4 ou 10 laranjas...

Dia 27 outra vez!!

E o dia 27 não para de me surpreender!

Estou tão feliz!

Passinho a passinho, de forma natural, tudo volta ao equilíbrio!

Estou tão bem!

terça-feira, setembro 26, 2006

41m + 1 = 42m

Hoje é dia 27 (bem, faltam uns minutos...) Mas hoje é dia 27 e o 41m poderia chamar-se 42m.

Quem sou eu? Que hobbies tenho? O que gosto de fazer? O que não gosto que me digam? O que me irrita? O que me faz chorar? O que me faz rir? O que me faz sentir vivo? O que me dá prazer? O que me faz explodir de alegria? Com toda a certeza que descobrirei. Haja tempo.

O nós só faz sentido se cada um dos dois existir por si só no firmamento.

Mas passinho a passinho, de forma natural, tudo volta ao equilíbrio. Quando? Ninguém sabe. Há que esperar... Se tudo o que for sagrado e verdadeiro, o for de facto, será universal e intemporal.

Haja o que houver!

Cito uma frase de uma grande amigo: "A vida é assim... Nunca perdi o meu tempo, apenas deixei que o tempo se perdesse em mim..."

De facto pertencíamos a patamares diferentes. De facto andei adormecido. Mas agora que estou preparado para mais este passo gigante na minha vida, estou acordado e mais certo do que nunca: És tu com quem quero ficar. És tu com quem quero acordar todas as manhãs e chorar de alegria por te ter a meu lado. És tu a mãe dos meus filhos. És tu com quem quero partilhar os meus pensamentos, minhas angústias, minhas leituras, escritos e músicas. És tu quem quero fazer rir e chorar. És tu quem quero ajudar nas tuas decisões. És tu a quem quero dar colo. És tu de quem quero colo. És tu e só tu.

Se de facto fores tudo isto e muito mais, irás senti-lo, mais tarde ou mais cedo. Se de facto valer a pena estou aqui.

Estou preparado para bater com a cabeça na parede outra e outra vez. Estou preparado para o que a vida me reserva. Estou pronto e quero mais. Mais, muito mais. O amor só faz sentido assim.

Do que tenho saudades? De saber que, mesmo cansado, alguém me espera. De partilhar momentos. De olhar do palco para o público e ver a minha mulher com olhos de desejo. Do teu sorriso, do teu cheiro, do teu toque. De passar os Domingos no ócio. De te ouvir cantar (mesmo mal!). De fazer amor à hora de almoço. De deitar-me e não pensar em nada porque tudo está bem. De percorrer as linhas do teu corpo. De sentir a tua respiração perto do meu pescoço. De sentir o calor do teu corpo húmido e suave colado ao meu. Do teu olhar de quem tem a certeza de tudo. Do teu beiçinho quando estás com birra. De olhar para ti enquanto lês ou vês a novela. De te ver sempre à procura dos óculos perdidos que aparecem sempre. De ti. Tenho saudades de ti.

E com este post, fecho o capítulo das personalizações. Tu sabes quem sou e o que sinto hoje. Se amanhã sentir o mesmo, óptimo. Posso dizer a todo o mundo que descobri a minha metade de laranja. Se amanhã não o sentir, posso dizer a todo o mundo que amei com todas as forças, fui feliz e existe ainda uma metade de laranja para descobrir. Agora sou eu.

Afinal hoje é dia 27. Dia que lembrarei todos os meses do resto da minha vida. Dia 27! 2 dias depois de dia 25 e 3 dias depois de 24.

Hoje é dia 27. Hoje estou certo que amo. E dia 28 que me acontecerá? Não sei, mas estarei aqui para ver. Estou pronto.

Metades do mundo

É um ciclo vicioso
Que nunca vai ter fim
Anda meio mundo atrás

Doutro meio mundo assim

Todos procuramos ser felizes com alguém, partilhar a nossa vida com alguém, viver alegrias e tristezas com alguém... Porque é que uns procuram a sua cara metade e outros preferem estar sozinhos?

Eu percebo que o reencontro conosco próprio seja bom, no entanto, penso que a solidão é dos piores vícios da vida...

ERRATA: Quando não nos apetece partilhar, mais vale estar sozinho.


segunda-feira, setembro 25, 2006

Chega a sexta-feira...


Agora que sei as respostas todas, mudaram as perguntas... porque tudo à nossa volta muda constantemente. Aquilo que chamamos rotina e monotonia está repleto de novas propostas, desafios e oportunidades. Porque não percebemos que cada dia é diferente do anterior?

A vida é isso mesmo. Feita de pequenos e grandes milagres. Nada é aborrecido porque nada é estático.

É sexta-feira. Chegamos a casa cansados, sentamo-nos no sofá, ligamos a televisão e fazemos um zapping rápido. Não há novidade nenhuma.

Temos alguém ao nosso lado a ler um livro,ver a novela. Ela não sabe porque o faz. Fê-lo toda a vida!

Errado! Levante-se do sofá já e leve-a a um sítio onde nunca foram. Faça-lhe uma surpresa, porque a vida não é isso. A vida é entusiasmo. Dê todo o seu amor a essa mulher. Agora. Já. Sempre. Porque amor não é dar e receber, é participar. Temos de o aceitar com a sua pureza, humildade e grandeza.

Pensamos: "É melhor não provar do cálice da alegria porque, quando este nos faltar, iremos sofrer muito!" (Maktub).

Eu digo: por medo de chorar, deixamos de rir. Por medo de dar, deixamos de receber. Por medo de viver, estamos a morrer.

domingo, setembro 24, 2006

Eu existo, estou aqui!

Agora sou eu! O meu tempo e o meu espaço.

Eu existo, estou aqui! Não vou a lado nenhum! Já venho!

Porque o eu é maior que nós!

Até já.

2 rosas

O hoje faz-me sentido. O hoje tem de fazer algum sentido. O hoje sou eu.

Tens aqui duas rosas: uma branca, outra encarnada. Por tudo o que vivemos e sempre acreditámos juntos, escolhe uma e deita a outra fora.

Já não tenho nada a perder, por isso lanço os dados uma última vez, sem medos. É a tua vez de jogar.

Argh!

Irritas-me. Porque não lutas por algo que sempre achaste que valia a pena?

Dizes-me nos olhos que desistir não faz parte do teu dicionário! Pois deixa-me que te diga que é exactamente isso que estás a fazer!

Estou a escrever-te porque preciso de falar contigo, de te abanar e não consigo. Porque sinto o coração apertado e não posso fazer nada a não ser escrever e esperar.

"Apaixonei-me por ti, pela tua força, pela tua capacidade de ser verdadeira e directa. Hoje nada disso existe.
Quero encontrar a pessoa pela qual me apaixonei, que sabe chorar mas ser firme. Que sabe comunicar comigo porque o faz naturalmente. Porque tem coragem de ser verdadeira sem intenção de me magoar."

Quero que não baixes os braços. Quero ver-te lutar. Não te quero ver desistir.

Porra! Uma luta de dois, tem de ser combatida a dois! Mano a mano!

"Que se lixe, lancei os dados, agora é a tua vez de jogar... Sem medos!"

Amo-te

sábado, setembro 23, 2006

Vi-te nas mãos do marceneiro... mas eu sou carpinteiro!

Não tenho medo. Não me sinto constrangido. Mas sinto a tua presença... Sei que estás aqui, ou ali. Sei que estás.

A chuva bate violentamente nas minhas janelas. Como quem diz que o verão acabou (e acabou hoje à noite mesmo!) e uma nova era se inicia. Canto com toda a minha alma, olho para cima e sinto as gotas molharem-me o rosto cansado. Sinto-me finalmente o Carpinteiro de Luto. Mas um carpinteiro que olha para as suas façanhas com um orgulho de encher o peito. Como se nada se comparasse ás suas obras. Como se: "Olho para ti o pincel parte, sozinho louco num sonho de arte..."

Como carpinteiro que sou, não deixo uma obra sem conserto. Não deixo de acreditar só porque sim. Desistir não existe no meu dicionário. Embora a luta seja insípida, pouco clara e injusta, não baixo os braços. Não fui talhado para fugir (nem nenhuma das minhas obras!). Se uma obra minha se queimar, sei que luzirá mais que tudo, porque se é para queimar ao menos que valha a pena, e o seu coruscar será ímpar.

Ver as minhas obras nas mãos de um marceneiro, um fabricante igual a tantos outros, de nada vale para mim, um carpinteiro, alguém que trabalha as suas obras com ornamentos e embutidos.

Sinto-me tão bem...

sexta-feira, setembro 22, 2006

Viva o momento

Quando Ele nos provoca não é em vão. Ele abana-nos os pilares, as bases da nossa cadeira, e nós só temos uma opção: deixa-Lo.

Muitas vezes pensamos que já passamos por uma situação repetidamente ao longo da nossa vida. Na verdade, nós sabemos que sim, mas se estamos a passar pelo mesmo obstáculo, foi porque Ele achou que ainda não aprendemos o necessário para o ultrapassar. Enquanto não aprendemos tudo o que essa barreira nos tem para ensinar, ela voltará, mais cedo ou mais tarde.

Todos os caminhos que percorremos e obstáculos que nos aparecem levam-nos ao coração. Temos de mergulhar sem hesitações nesse rio. Somos livres de escolher o caminho, mas é preciso coragem, desprendimento e, por vezes, um dose certa de loucura. É obrigatório viver a vida espontaneamente! Só assim tem piada: desfrutar intensamente os momentos que nos dão. Renunciar o entusiasmo das situações é perder alegria e vida.

Hoje estou sereno porque aceito o que a vida me dá. Sei que há alguma razão, mesmo que não a compreenda. Tem de haver uma razão!

Hoje estou sereno e radiante pela vida que tenho! Olho-me no espelho e vejo um brilho nos meus olhos.

Hoje estou sereno porque te olho nos olhos.

Vivo o momento! E é tão bom...

Estou bem! Estou feliz!

quinta-feira, setembro 21, 2006

O luto


O luto é um sentimento humano. O luto tem diferentes formas de expressão. O luto é necessário.

Porque é que só damos valor às coisas quando as perdemos? Porque choramos no luto? Porque perdemos uma coisa que realmente amamos ou porque perdemos uma coisa que outrora foi nossa?

Se Ele me deu algo lindo durante tanto tempo, agora Ele mesmo pediu-me uma prova! Consegui! Estou aprovado? "Quando Ele nos provoca não é em vão!" Isto tem de fazer algum sentido...

No luto as letras de músicas da rádio fazem-me mais sentido. O vento frio no rosto suado sabe-me melhor. A água no chuveiro da manhã sabe-me a depuração da alma. Um sorriso desconhecido faz-me sorrir. Um olhar triste faz-me chorar. O sol sabe-me a saudade. Um abraço sabe-me bem. O mar dos olhos sabe-me a sal.

Vou fechar a minha batina e prender a minha capa. Estou de luto. E o luto faz-me bem porque o amanhã cheira a mudança.

Até já.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Objectivo primeiro cumprido!

Repara no meu sorriso sem olhares para a boca.

Contigo ou sem ti, objectivo primeiro cumprido!

Mesmo que seja um pouco teu, isto é meu! Ninguém me o tira! Eu sou grande!

terça-feira, setembro 19, 2006

O carpinteiro

Sou um carpinteiro. Ou pelo menos sinto-me um. E tenho uma mesa para consertar!

A nossa vida é isso mesmo. Uma mesa. A minha com 4 pernas. Cada uma das pernas é um pilar da minha existência. Seja alguém, algo ou um determinado objectivo.

Em cima da mesa tenho tudo o resto que é importante.

Se alguma das pernas da mesa se parte, tudo o que está em cima fica desequilibrado e vacilante.

Há que parar e pensar na melhor forma de tudo voltar à normalidade.

Há 3 opções:
  1. Reorganizar as pernas da mesa;
  2. Substituir a perna estragada;
  3. Redistribuir o peso em cima da mesa.
A primeira opção implica um reestruturação das bases sagradas. Mesmo os cães urinam com 3 patas e não caem!
A segunda, é uma fuga. Infelizmente, não há insubstituíveis.
A terceira é uma nova definição de prioridades.

Independetemente da opção escolhida, há que encarar a situação de conserto, como um crescimento interior. Bem sei que todos os crescimentos, mesmo os físicos, doem. E muito! Mas é a oportunidade de uma vida.

Nada disto faz sentido agora, porque a mesa está tombada e tudo o que estava em cima dela está espalhado pelo chão. Mas passinho a passinho, de forma natural, tudo volta ao equilíbrio.

Quando? Ninguém sabe. Há que esperar...

Se tudo o que for sagrado e verdadeiro, o for de facto, será universal e intemporal. Reparem num copo de água e um pouco de azeite. Agitem intensamente. Passado algum tempo o azeite vem sempre à superfície.

O que nos aconteceu?


Mantarrota, 2005
(foto por Vasco)


Acordar por vezes desperta a ansiedade e saudade de um vício saudável e bom.

O que nos aconteceu? Isto não faz sentido nenhum!

Quero agarrar a tua mão com tanta força, como uma árvore se agarra ao seu fruto. Quero subir ao dorso de uma nuvem contigo a meu lado e mostrar-te tudo. Tudo!
Raios! Tanto entusiasmo falhado! Tanta promessa em vão! Tantos sonhos!

O que nos aconteceu? Isto não faz sentido nenhum!