segunda-feira, dezembro 11, 2006

Cena I

Senti-te chegar. Fechei o olhos e saborei o aroma que rasgava o ar frio deste inverno. Deixei-me estar de olhos fechados, não fossem os meus sentidos pregarem-me mais uma partida.

Pouco a pouco, o ar refeito ficou mais quente e cada vez mais arrepiante. Serias mesmo tu? Senti um toque doce no ombro. Aquele toque como quem me avisa para parar de dormir e acordar porque a realidade estava mesmo a acontecer. Não abri os olhos. Deixei-me estar.

As tuas mãos percorreram-me do ombro ao meu peito no deslizar suave e meigo. A tua respiração reprimiu a minha. Os teus lábios saborearam-me a nuca como se me quisessem acalmar a alma. Os teus seios abraçaram-me as costas num perdão sincero. A tua perna direita enleou-me a cintura e confundiu-me os sentidos.

Grito! Não quero acordar! Não quero acordar! Mas numa explosão de energia raivosa e zangada os meus olhos abriram-se! Voltei-me para ti para ver quem eras! Tinhas uma saia verde linda.

De forma natural a minha alma acalmou-se enquanto a minha respiração se tornava mais intensa e profunda. As minhas mãos pousaram nas tuas ancas. Foram os meus polegares quem primeiro sentiram a tua pele. Pouco a pouco, os outros dedos ciumentos, subiram pelas tuas costas. Fervíamos os dois de paixão mas não quisemos apressar nada. Puxaste-me para ti. A tua mão redescobria o meu corpo e as minhas, mais atrevidas, deslizavam para baixo até às tuas coxas. Por baixo da saia verde, as minhas mãos iam subindo enquanto o meu pescoço era atacado pela tua boca. Num gesto duro e seguro, apertei-te o ventre e um gemido preso quis-se soltar. Era um grito mudo que a tua voz doce queria libertar. Senti o fresco algodão das tuas cuecas. Senti-o quente e húmido. Nesse momento de redescoberta, sussurraste-me ao ouvido: tive saudades tuas.

2 comentários:

Sandrinha disse...

upa ... upa...

;o)

Anónimo disse...

Enfim o tão falado post...2 minutos...LOL
Beijokas