terça-feira, dezembro 29, 2009
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sexta-feira, dezembro 04, 2009
quarta-feira, dezembro 02, 2009
segunda-feira, novembro 30, 2009
VCP em Angola #12
Ora aqui estou.
Esta experiência tem sido fantástica. As expectativas vinham muito baixas, muito por culpa de quem tem blogs onde relatam experiências, aventuras e desventuras em Luanda. No entanto, tudo o que se diz e escreve é mau. Mostra um país subdesenvolvido, cheio de problemas, corrupção e insegurança. Sim, há problemas, poucas infra-estruturas, alguma insegurança, alguma corrupção. Sim há. Não desminto. Mas há algo muito maior aqui. Há algo que poucos têm a sorte de conhecer. E sabem o que é? É amizade. Verdadeira. É carinho, é preocupação com alguém que também está longe do seu país.
Em Angola, e em Luanda em particular, há muitos tugas. Muitos pulas (como chamam aos brancos). Alguns deles bastante com ar colonial e atitudes imperialista. Mas são apenas alguns. Há os outros. Os outros que te recebem de braços abertos na sua casa. Os outros que te dão jantar e prontificam-se para te ajudar em tudo. Os outros que te levam a conhecer uma outra Angola. Os outros que vivem cá. São imigrantes. Sim, são. E? Ser imigrante é ser alguém que quer mais e melhor para a sua vida. É alguém com espírito aberto que luta por algo em que acredita. Algo melhor. Que tem força para suportar meses e meses de distância da sua terra natal, do seu país.
Estou a ser muito bem recebido. Estou a gostar muito. Esqueçam os blogs. Não me leiam mais. Se pensarem em vir trabalhar para Angola, não se preocupem. Relaxem, abram o espírito e aproveitem. Vivam as experiências. Vale a pena.
As saudades "de casa" apertam, claro. Mas há que aproveitar.
domingo, novembro 29, 2009
sábado, novembro 28, 2009
sexta-feira, novembro 27, 2009
quinta-feira, novembro 26, 2009
VCP em Angola #11 - Outros
Luz é água são bens escassos em Luanda. É frequente o corte durante horas ou mesmo dias. Há zonas da cidade onde, simplesmente, não existe fornecimento. A solução adoptada por muitos passa por comprar um gerador próprio, para a electricidade, e um tanque de água que é depois abastecido por um camião cisterna.
… segurança
Luanda é uma cidade insegura. Os assaltos são frequentes. Telemóveis, computadores pessoais e, claro, dinheiro são os alvos principais dos “amigos do alheio”. Há que ter alguns cuidados: evitar andar a pé na rua em especial durante a noite; trancar as portas do carro; de noite, não parar nos semáforos e, acima de tudo, não confiar na sorte. Uma atitude consciente e defensiva é sempre a mais prudente. Em caso de assalto, raramente há violência. Embora os delinquentes andem quase sempre armados, só usarão a arma (e usam) se houver resistência. Para mim, a vida tem mais valor que um iPhone, mas isto sou eu a falar.
… enviar dinheiro para o estrangeiro
É difícil. Até há uns meses atrás era relativamente fácil enviar dinheiro para fora, mas com a escassez de dólares no mercado e com a crise (também aqui, sim!) a situação complicou-se. Pelo banco, o Governo obriga à apresentação de um atestado de residência e do contrato de trabalho, este último uma miragem para muitos trabalhadores estrangeiros em Angola. Existem alguns balcões da Western Union e semelhantes onde é mais fácil o envio, embora limitado a uma determinada quantia mensal.
… as pessoas
É como em tudo, há gente boa, gente assim-assim e gente má. Em geral, o angolano tem pouca responsabilidade, mas isto é uma coisa que se constrói com o tempo. Há uma nacional dificuldade em se cumprir um horário e a palavra dada é só palavra dita. Contudo, as pessoas genuínas são verdadeiras. Convém andar sempre com uns kwanzas no bolso, podem dar imenso jeito.
… lazer
Luanda não é uma cidade com muitas ofertas de lazer. Talvez por isso o Belas Shopping, o único centro comercial a funcionar (apesar de existirem muitos outros já em projecto ou mesmo em construção), seja, ao domingo, sítio de romaria e um local a evitar. O Belas que é aproveitado como cenário bucólico para fotografias de casamento. Às quintas e sextas é ver as comitivas em animados desfiles por entre lojas e corredores. O Cineplace, um complexo com oito salas de cinema – as únicas no activo – está lá instalado.
Quem procura diversão nocturna vai à Ilha, que é apenas uma península e que não deve ser confundida com o Mussulo. O Chillout é o ponto de encontro dos portugueses, com música House. Faz lembrar as discotecas lisboetas, mas ao ar livre. Miami Beach, Caribe e Jango Veleiro são outros nomes a decorar. Fora da Ilha do Cabo (ou de Luanda, como é coloquialmente chamada), o Palos é a Meca da noite. Por ter sido a primeira e pelo seu dono, o exuberante Paulo Von Haff, a discoteca / bar tem às quintas-feiras a sua grande noite semana. São as noites latinas. Se estiverem à procura de sons mais tradicionais, vulgo Kizomba, Don Q e W são os sítios onde querem ir.
VCP em Angola #10 - Telecomunicações
Por falar nisso, os ATM estão quase sempre fora de serviço ou sem dinheiro. A rede chama-se Multicaixa, e só nalguns terminais são aceites cartões Visa (para levantamentos internacionais, por exemplo). Os cartões Maestro não são aceites. Nas lojas, os terminais de pagamento, quando existem, estão muitas vezes fora de serviço.
A internet mais rápida no país é a 4 mb/s, oferecida pela Tv Cabo. Está acessível apenas nalgumas zonas da cidade e o preço é de 450 dólares. Existem preços - e velocidados - mais baixos. Unitel e Movicel têm internet móvel, mas o serviço tem muitas falhas, embora venha a melhorar desde a sua entrada em funcionamento.
Como se subentende pelo parágrafo anterior, há televisão por cabo e os preços são razoáveis, com todos os canais a que estamos habituados (Fox e Axn também, descansem). O campeão de vendas é, contudo, o serviço satélite, mais barato e com o mesmo pacote de canais da Tv Cabo.
VCP em Angola #9 - Compras
Luanda é uma cidade cara. O facto de ser deficitária em termos produtivos leva a que quase tudo tenha de ser importado. A escassez de oferta faz aumentar os preços e o tempo que os cargueiros esperam para atracar (várias semanas, por vezes) no saturado Porto de Luanda não ajuda. Chegam a estar 80 navios ao largo, em lista de espera.
Para comprar bens essenciais existem cadeias de supermercados e pequenos minimercados ou cantinas, como são apelidadas as lojas de bairro.
O Shoprite, o Mundo Verde e o Nosso Super têm os preços mais populares, embora continuem caros. A Casa dos Frescos é a loja dos expatriados endinheirados, com todas as marcas de um qualquer Pingo Doce português, mas onde um pack de quatro Suissinhos pode custar 15 euros e onde eu já paguei – sou um excêntrico – 2000 kwanzas (20 euros) por uma caixa de gelado Olá.
Outra forma de comprar é no mercado informal, ou na zunga. À beira da estrada, no meio do trânsito. Os preços são mais baratos – continuando caros – porque os vendedores compram directamente nos armazéns. Há de tudo – fruta, legumes, bolachas, ovos, ferros de engomar e móveis para a casa - e chega a ser pitoresco. Quem é que não acha piada a um sofá à venda no passeio?
A comida é cara. Não será à toa que a base da alimentação é o feijão e o funge (papa feita com farinha de mandioca ou milho).
quarta-feira, novembro 25, 2009
VCP em Angola #8 - Transportes
“Luanda é um caos”. Provavelmente já terão ouvido esta expressão da boca de alguém que está ou esteve recentemente na capital angolana. A mais pura das verdades. Uma viagem entre o centro e a periferia, à distância de 10 quilómetros, pode levar 3 horas. A circulação dentro da própria cidade é infernal desde as seis da manhã e até às 22. O domingo, quando está tudo fechado, é o único dia razoável para se sair de casa.A falta de transportes públicos agrava a situação. A TCUL – Transportes Colectivos Urbanos de Luanda e a Macon são as principais empresas, mas a sua frota é escassa, passa a maior parte do tempo avariada e tem dificuldades de circulação por entre o trânsito caótico em quase todas as artérias. As viagens custam 30 kwanzas (30 cêntimos de euro).E eis-nos chegados aos táxis. Os táxis não são como nós os conhecemos. Esqueçam as filas de Mercedes à espera de passageiros. Táxi, aqui, é carrinha Hiace (“iáce”, como pronunciam os angolanos) de nove lugares, onde nunca vão menos de 12 passageiros. Os “taxistas” conduzem que nem uns loucos, sobem passeios, andam em contramão, param onde lhes apetece, mas são responsáveis por manter a cidade em funcionamento. Quando a polícia decide apreender carrinhas ilegais, a cidade cai na quase ruptura absoluta, as pessoas não aparecem para trabalhar, o trânsito aumenta e o cenário é apocalíptico. As viagens podem custar 100 a 150 kwanzas e há quem precise de apanhar cinco táxis diferentes para chegar de um sítio a outro na cidade.
VCP em Angola #7 - Habitação
Angola está na moda e [quase] toda a gente quer vir para cá, gostava de querer ou já pensou em.
O texto destina-se a quem está de malas feitas ou a pensar nisso… para que se deixem de ilusões.
Luanda tem três áreas habitacionais distintas. O centro da cidade, todo ele com construções antigas, do tempo colonial e prédios que fazem lembrar a Amadora dos anos 60, sem obras desde então.
À volta do centro estão os musseques. Estes “bairros da lata” não obedecem a nenhum tipo de ordenamento e, em alguns casos, como o Cassenda, junto ao aeroporto, confundem-se com o que já foram zonas ordenadas. O saneamento básico, projectado para um número bem inferior de moradores, não consegue responder às necessidades actuais e por isso é frequente existirem verdadeiras lagoas disso que estão a imaginar.
Nos musseques existem casas de três tipos: vivendas recuperadas, com altos muros e um segurança à porta, casas e anexos de tijolo, com telhado de chapa, sem tecto e sem água (a não ser em balde) e casas de chapa.
Em Luanda Sul está a crescer a “cidade nova”. Talatona assemelha-se a uma cidade europeia, com ruas alcatroadas, iluminação pública e relativa segurança. As casas são de acordo com os padrões europeus, os preços é que não. Luanda Sul é a capital dos condomínios, ocupados quase todos por expatriados. Um T3 pode custar, mensalmente, 20 mil dólares. Comprar casa nesta área pode significar desembolsar entre 1 a 5 milhões de dólares.
Uma nota ainda para o projecto Nova Vida. É um bairro militar, construído pelo Governo. Parece um bairro social, mas é uma zona tranquila, embora sem os luxos de Talatona. As casas são maioritariamente atribuídas pelo Estado, pelo que só em regime de subarrendamento é possível alugar habitação no local. Rendas entre 3 e 5 mil dólares.
VCP em Angola #6
VCP em Angola #5
terça-feira, novembro 24, 2009
VCP em Angola #4
O jantar foi num restaurante tipo buffef de carnes à lá chimarrão. Mais 80USD por pessoa.
Há tanta pobreza e tanta riqueza. A comida é caríssima. A gasolina e taboco são baratos.
Há ar condicionado em todos os sítios. Há tudo à venda na rua. Não há transportes públicos. Há carros a mais. Ricos a mais. Pobres a mais. Classe média a menos.
Os brancos que conheci por aqui têm todos um ar colonial. Não gostei! Prefiro os pretos. Os Angolanos têm bom coração.
A primeira noite não dormir grande coisa. Ainda não me habituei ao calor, ao zumbido das melgas e mosquitos. Mas já fui picado! Portanto, olá paludismo, este é o meu corpo.
VCP em Angola #3
Respirei fundo 3 vezes e saí como se nada fosse. Saiu o Véspera. Nem olhei para as caras. Dirigi-me directamente ao ponto de encontro com o meu motorista Sr. Pepino - que afinal se chama Hélio.
10 kilómetros nos separavam do Guesthouse. 10 km que fizemos em 3 horas. Uma confusão de trânsito. Um caos autêntico.
Tudo se vende nas ruas, nas filas de trânsito. Tudo, mesmo tudo. Vi Coca-colas, pilhas, t-shirts da moda, ferros de engomar, botijas de gás, CDs... tudo!
Filas intermináveis! Caos! Ninguem dá prioridade a ninguem. Conduzem que nem os doidos. Se bateu e está tudo vivo, siga que para a frente é que é caminho. Pela direita, pela esquerda...
Lá cheguei à Guesthouse e guardei a mala. Segui logo para a empresa. 10 minutos com trânsito a partir de casa. Aqui é luxo! É como se morasse no mesmo prédio do escritório.
Fui apresentado aos directores. Dos 5 directores que conheci, apenas um é negro. Os directores disseram que eu ia ser explorado ao máximo. Tenho trabalho para 2 meses, mas tenho-o de fazer em pouco menos de 3 semanas.
Voltei à Guesthouse para dormir. Tenho uma senhora lá em casa que me arranja a comida e tudo o que pedir. Simpática e modesta, como quase todo o Angolano.
VCP em Angola #2
O meu passaporte electrónico funcionou muito bem a sair de lisboa. Agora para entrar em Luanda...
A primeira impressão quando saí do avião: o bafo quente e húmido. Dizem que é uma sensação que jamais se esquecerá: pisar solo africano pela primeira vez e sentir o cheiro quente da terra vermelha. Os mitos e lendas dizem que é vermelha por todo o sangue derramada na conquista dos diamantes. Eu sou pela ciência e sei que a cor se deve ao ferro e argila.
Voltando corrupção, na alfândega passei muito bem pelo balcão oficial. "Primeira vez?", afirmei que sim. "Vacinas em dia?", outra vez sim. "Dinheiro na conta?" mais uma vez sim.
Logo a seguir, outro controlo alfandegário. Desta vez o oficioso! Depois de verificarem os documentos perguntaram: "Quanto dinheiro tens?" (Com pronuncia africana! Com as vogais bem abertas.) Foi-me difícil perceber a primeira vez e a minha resposta sincera foi "Quê?". Como quem não percebeu bem a pergunta. Depois do guarda policial perguntar 3 vezes seguidas "Quanto dinheiro tens?" e eu, mesmo tendo percebendo à segunda, fingi que não percebi e lá me deixou passar sem que desse a famosa "gasosa".
Pedem "gasosa" para tudo: para te ajudar a carregar malas, para te darem uma informação... para tudo! Gasosa é tipo "uma moeda pelos serviços".
VCP em Angola #1
Se vim para Angola trabalhar, como o vou fazer agora?
sexta-feira, novembro 20, 2009
quinta-feira, novembro 19, 2009
terça-feira, novembro 17, 2009
Mais Um Fado No Fado
Eu sei que esperas por mim
Como sempre, como dantes
Nos braços da madrugada…
Eu sei que em nós não há fim,
Somos eternos amantes,
Que não amaram mais nada.
Eu sei que me querem bem,
Eu sei que há outros amores
Para bordar no meu peito.
Mas eu não vejo ninguém,
Porque não quero mais dores
Nem mais baton no meu leito.
Nem beijos que não são teus,
Nem perfumes duvidosos,
Nem carícias perturbantes,
E nem infernos nem céus,
Nem sol nos dias chuvosos,
Porque inda somos amantes.
Mas Deus quer mais sofrimento,
Quer mais rugas no meu rosto
E o meu corpo mais quebrado…
Mais requintado tormento,
Mais velhice, mais desgosto,
E mais um fado no fado.
Letra:Júlio de Sousa
segunda-feira, novembro 16, 2009
segunda-feira, novembro 02, 2009
segunda-feira, outubro 26, 2009
domingo, outubro 25, 2009
sexta-feira, outubro 23, 2009
quinta-feira, outubro 22, 2009
segunda-feira, outubro 19, 2009
quinta-feira, outubro 15, 2009
Gosto tanto disto!
A Marcha do Centenário que deu à TUIST o Prémio de Melhor Pandeireta do XIX Festuna!
domingo, outubro 04, 2009
quinta-feira, outubro 01, 2009
quarta-feira, setembro 30, 2009
terça-feira, setembro 29, 2009
segunda-feira, setembro 28, 2009
sexta-feira, setembro 25, 2009
quinta-feira, setembro 24, 2009
Tradições Académicas no Liceu de Évora
Encontrei este texto de aqui por José Anjos de CarvalhoCentenária Tuna Académica do Liceu de Évora - site oficial http://www.tae.pt
1. Da criação do liceu e outros informes
A criação do Liceu de Évora provém do Decreto de 17 de Novembro de 1836, o qual teve por base o Plano dos Liceus Nacionais, da autoria do Vice-Reitor da Universidade de Coimbra, Doutor José Alexandre de Campos, na sequência da Reforma Geral do Ensino então empreendida (a Reforma do Ensino Secundário, chamada oficialmenteRegulamento para os Liceus Nacionais, estabelecia uma estruturação curricular de apenas cinco anos e dividia os liceus por categorias, de acordo com as suas condições, emliceus de primeira e liceus de segunda).
O Liceu Nacional de Évora, foi instalado no “Colégio do Espírito Santo”, antiga Universidade de Évora, oito décadas depois do encerramento desta, tendo as aulas começado a funcionar com apenas 3 professores, em 18 de Outubro de 1841, (a Universidade de Évora fora fundada pelo Cardeal D. Henrique e funcionara ininterruptamente durante 208 anos, desde 1551 a 1759).
O ensino principiou com três cadeiras exclusivamente literárias, 1ª, 3ª e 10ª Cadeiras [1] e 17 alunos.
A primeira visita real que teve o Liceu foi a da Rainha D. Maria II, em 7 de Outubro de 1843, dois anos depois da sua fundação, durante uma visita que fez ao Alentejo.
O liceu passou a misto no ano lectivo de 1888-1889, com a matrícula de duas raparigas, número que subiu para a dezena em 1909-1910, quando Florbela Espanca era lá aluna, altura em que o nome do Liceu já tinha mudado para Liceu Central de André de Gouveia (o ensino secundário foi objecto de uma dúzia de reformas durante a existência do Liceu).
A partir de 1978 o Liceu Nacional de André de Gouveia passou a chamar-se Escola Secundária André de Gouveia e, no ano lectivo de 1979-1980, deixou o edifício da antiga Universidade de Évora e mudou-se para as actuais instalações, no Bairro de Nossa Senhora da Glória, em Évora.
2. Do uso do traje talar académico
Após a visita de D. Pedro V ao Alentejo, por Portaria do Ministério do Reino de 27 de Outubro de 1860, foi concedido o uso de capa e batina aos alunos do Liceu Nacional de Évora.
O Edital de 18 de Julho de 1861, publicado no jornal quinzenário «Scholastico Eborense» de 1 de Outubro de 1861, refere expressamente o seguinte: “Os alunos do Liceu Nacional desta cidade são obrigados a apresentar-se em todos os actos escolares com o vestido talar académico, cujo uso lhes foi concedido pela Portaria do Ministério do Reino de 27 de Outubro de 1860, sob pena de serem riscados do livro de matrícula os contraventores.”
A concessão do traje talar era até então (1860) exclusiva dos estudantes da Universidade de Coimbra (e, por extensão, aos alunos do Liceu de Coimbra), e só deles. No meu tempo ainda havia batinas com bandas de cetim e era frequente o uso do laço em vez de gravata.
Desde que o Liceu passou a ser misto (1888-1889), as raparigas começaram a usar também o traje talar (naquele tempo, a saia era comprida, até aos pés).
Na década de 40, havia raparigas que ainda usavam o “gorro”, no Inverno, claro. Alguns rapazes, muito raros, usavam como cobertura de cabeça aquilo a que chamávamos o “tacho”, que já se usava no séc. XIX.
3. Do Hino dos Estudantes do Liceu de Évora
O HINO DOS ESTUDANTES DO LICEU DE ÉVORA, de que se apresenta a respectiva partitura e letras, data de 1861 e é possível que exista alguma conexão com a concessão do uso do traje talar. A música é de Joaquim Sebastião Limpo Esquível e das duas letras do Hino, a que prevaleceu foi a de Martiniano Marrecas, ao que julgo.
O Hino dos Estudantes do Liceu de Évora, embora um pouco mais recente que o HINO ACADÉMICO DE COIMBRA (1853), de Cristiano de Medeiros e Sanches da Gama, é mais antigo que o chamado NOVO HINO ACADÉMICO (Oh vós, que sois sempre nobres), música de A. X. S. M. (desconheço quem seja), letra de José Nunes da Ponte (Medicina, 1879).
O Hino Académico, como lhe chamávamos, faz parte do repertório da Tuna Académica e, pelo menos do meu tempo para cá, é respeitosamente ouvido, sempre de pé, tal como o Hino Nacional, quando tocado. Isso mesmo aconteceu recentemente, na Récita do 1º de Dezembro de 2002, no Teatro Garcia de Resende, em que se comemorou também o 1º Centenário do Tuna Académica (1902-2002) e onde uma vez mais tive oportunidade de presenciar o facto.
Desconheço se há mais algum Liceus que tenha Hino Académico próprio.
4. Das associações da Academia
Associação Filantrópica Eborense
Foi criada em 1890 por estudantes desse tempo que, após a conclusão dos seus estudos, a mantiveram fora das actividades do Liceu.
O seu objectivo principal era o de ajudar os estudantes pobres mas a sua relação com a vida escolar foi diminuindo a pouco e pouco e, em 1910, com a implantação da República, o Governo Civil de Évora dissolveu esta associação, provavelmente por motivos políticos (a Associação Filantrópica coimbrã, criada em 1850, teve igual destino com o advento da Primeira República mas viria a ser restaurada poucos anos depois, em 1918, no tempo de Sidónio Pais).
Associação da Tuna Académica.
Nasce da anterior associação. Tem um carácter um pouco precário, reunia com o fim de realizar espectáculos musicais para angariar fundos destinados a custear as excursões anuais de estudantes, que normalmente se realizavam na época de Natal (no meu tempo, anos 40, havia anualmente, em Fevereiro ou Março, a chamada Excursão dos Finalistas, mas não era financiada).
Orfeon Académico.
O Orfeon foi criado no ano lectivo de 1912-1913. No meu tempo, o Orfeon era misto, constituído por 5 naipes (tenores, barítonos, baixos, sopranos e contraltos) e tinha mais de uma centena de elementos. Nele só se entrava a partir do 4º ano.
Nas apresentações em público do Orfeon era obrigatório para as raparigas o uso de vestido branco, comprido, e, para os rapazes, capa e batina.
O repertório era modesto. Em Junho de 1948, na Récita das Festas da Primavera, o Orfeon cantou o Hino Nacional, A Portugal, Costureirinha, Nasce o Dia, Coro dos Caçadores, Rapsódia Portuguesa e o Hino Académico do Liceu. Nas Récitas do 1º de Dezembro, por exemplo, o Adeste Fideles era sempre peça obrigatória.
Junta-se uma fotografia do Orfeon na Récita da Primavera de 09 de Junho de 1949, que por engano está invertida, vendo-se nela os tenores e os sopranos do lado direito quando, na realidade, estávamos à esquerda.
Associação Académica do Liceu Central de André de Gouveia.
Foi criada em 28 de Fevereiro de 1920, substituindo as anteriores. Tinha carácter cultural e filantrópico (existia ainda no início dos anos 40, quando entrei para o Liceu mas foi extinta uns dois anos depois e substituída pela Organização Nacional da Mocidade Portuguesa).
5. Dos jornais e revistas
Os alunos, ou grupos de alunos, do liceu e bem assim a Associação Académica do Liceu de Évora tiveram vários jornais e revistas, nos quais também participavam professores e antigos alunos.
Designados por Semanários:
* CORREIO ACADÉMICO (1884)
* ÉVORA ACADÉMICA (1888)
* ACADEMIA (1893-1904)
* ALVORADAS (1909-1910)
* ALMA ACADÉMICA (1913)
* GERMINAR (1913)
Designados por Quinzenários:
* SCHOLASTICO EBORENSE(1861-1863)
* O ACADÉMICO (1914-1915)
* REVISTA ACADÉMICA(1919-1920)
* O LYCEO(1920)
* O CORVO(1921- até à actualidade)
* O RENASCIMENTO(1929-1933)
O Corvo, “nome que surgiu da semelhança entre a plumagem negra do pássaro e o vestuário talar dos estudantes”, é o único jornal do meu tempo. Surgiu no 1º de Dezembro de 1921, com a criação da Associação Académica do Liceu Central de André de Gouveia e foi a publicação que se manteve activa durante mais tempo, mas períodos houve em que também não saiu.
No meu tempo só saíam apenas dois ou três números por ano lectivo. Considerá-lo como quinzenário, só por talvez o ter sido durante os primeiros tempos da sua existência, é título pretensioso que de forma alguma se coaduna com a realidade.
Lembro-me de haver também números de parede, num placard que havia nos claustros, junto à sineta das aulas, chamado O Corvo de Parede, ao que julgo.
Pelo que fica dito, presumo que os semanários só o seriam no título, sobretudo na semana em que saíam e presumo que essas saídas semanais seriam proteladas com alguma frequência. Outro tanto aconteceria com os quinzenários, tal e qual como em Coimbra.
6. Da Tuna Académica do Liceu de Évora
No Alentejo, a constituição de Tunas é tradição muito antiga. A Tuna Académica está bastante ligada às comemorações do 1º de Dezembro. A rebelião de 21 de Agosto de 1637, em Évora, deve ter contribuído para o grande entusiasmo de que se revestiam ainda no meu tempo as comemorações do Dia da Restauração Nacional.
Os primórdios da Tuna remontam ao séc. XIX. Datam do último decénio desse século tunas académicas efémeras organizadas para comemorar o 1º de Dezembro.
A Tuna Académica Eborense, assim chamada, actua pela primeira vez no 1º de Dezembro de 1900, acordando a população com o Hino da Restauração, ao percorrer as ruas da cidade ao romper da alvorada. Meses depois, em Fevereiro de 1901, dá o 1º espectáculo em benefício da Associação Filantrópica da Academia Eborense, que constitui também a sua 1ª digressão por vilas alentejanas, no caso Reguengos de Monsaraz.
No mês seguinte nova digressão, agora a Montemor-o-Novo, depois foi a vez de Badajoz e de Mérida.
A Tuna Académica do Liceu de Évora é fundada em 1902, no 1º de Dezembro, claro, e um dos seus objectivos é comemorar o 1º de Dezembro e realizar espectáculos para obter fundos para a Associação Filantrópica.
No meu tempo, no 1º de Dezembro, também percorríamos as ruas de Évora ao romper da alvorada, com o estandarte da Tuna, na companhia de muitos e muitos outros colegas que faziam algazarra. Após a saída do Liceu a primeira paragem da Tuna era sempre frente à casa do Reitor, Dr. Bartolomeu Gromicho, e depois de tocarmos o Hino Académico havia sempre ruidosos Efe-Erre-Ás. Seguidamente rompíamos a tocar pela rua, rumo às Portas de Moura, Praça do Giraldo, Jardim das Canas, etc., com paragens aqui e ali e muita algazarra, e regressávamos ao Liceu.
O repertório, não mais que oito a dez peças, incluía sempre o Hino Nacional, e o Hino da Restauração. No meu tempo, faziam parte do repertório, por exemplo, o Momento Musical e a Marcha Militar do Schubert, que me lembre, passados que são quase 60 anos que deixei o Liceu.
Junta-se uma fotografia da tuna actuando na escadaria dos claustros, por ocasião das comemorações do 1º centenário do Liceu, em 1941, e uma outra actuando no Teatro Garcia de Resende, no 1º de Dezembro de 2002, nas comemorações do seu 1º centenário.
7. Das récitas
Na década de 40, quando por lá andei, havia sempre duas récitas anuais, a do 1º de Dezembro e a das Festas da Primavera, em 9 ou 10 de Junho.
Nessas récitas havia sempre uma peça de teatro, regra geral em um acto e sobre o jocoso, actuações do Orfeon e da Tuna e, a encerrar, um acto de variedades com canções em voga, fados, tangos, boleros e por vezes poesia e/ou um monólogo também.
No acto de variedades do 1º de Dezembro de 1948, lembro-me de ter cantado a FEITICEIRA e, no das Festas da Primavera, A ÁGUA DA FONTE, fado que estava bastante na berra nessa altura. Este último, na sua versão original, é o FADO DO MAR LARGO (Ó mar largo, ó mar largo), música de Paulo de Sá, dedicada ao Paradela de Oliveira, e que foi gravado em 1927 por Elísio de Matos, acompanhado à guitarra pelo próprio Paulo de Sá e, à viola, pelo Prof. Dr. José Carlos Moreira.
8. Da praxe académica
No meu tempo havia alguma «praxe», era-se caloiro até ao 1º de Dezembro do ano seguinte.
Quem entrava para o 2º ciclo também era praxado mas só até ao 1º de Dezembro do próprio ano de entrada.
Havia eleições para a Direcção da Associação Académica, direcção que era constituída exclusivamente por estudantes, mas os caloiros não podiam votar.
Havia baptismos também, no fontanário que existe no jardim dos claustros e, ás vezes, o caloiro ia mesmo para dentro do lago.
Por vezes havia o seu corte de cabelo, muito pouco e, sobretudo, muito raro. Os rasgões na base da capa eram uma prática bastante habitual.
Talvez por não ter sido praxista, a ideia que tenho é que se tratava essencialmente de chacota, sem propriamente achincalhar os novos colegas, e se havia eventualmente violência certamente que o praxado teria muita culpa.
Até ao ano lectivo de 1939-40 era tradição, promovida pela Associação Académica, os estudantes do liceu, de capa e batina e com o Estandarte da Academia à frente, deslocarem-se em preito e romagem de saudade ao cemitério de Évora, ao Talhão dos Combatentes da 1ª Grande Guerra, no dia do Armistício (11 de Novembro).
9. Das serenatas e serenateiros
O primeiro cantor de Fados de Coimbra que terá tido o meu Liceu foi António Marques Batoque (1901-1971), natural de Évora, que se matriculou em Direito, em Coimbra, no início da década de 20, curso que concluiu em 1927, e que, sendo ainda universitário, gravou três discos de Fados de Coimbra para a COLUMBIA. Contudo, na década de 20 o que se tocava e cantava nas serenatas era essencialmente repertório regional do Alentejo e, não propriamente, Fado de Coimbra.
O cantor de maior nomeada na década de 20 teria sido José Cutileiro, depois médico militar, pai do diplomata do mesmo nome, tendo como acompanhante à guitarra Fernando Batalha, que se formaria em arquitectura.
Quando entrei para o Liceu o grande cantor e serenateiro era o Chico Carvalho (ou Chico Zé), que mais tarde, como cantor profissional, tomou o nome artístico de Francisco José.
A partir do meu 5º ano formámos um grupo de entusiásticos serenateiros (e noctívagos), só com repertório de Fados de Coimbra, grupo que se manteve até à saída do Liceu e muitas foram as serenatas que a altas horas da noite fizemos por essas ruas de Évora, às colegas e outras raparigas bonitas, sobretudo durante os nossos dois últimos anos do Liceu.
Quando no final de 1946 a antiga Emissora Nacional começou a transmitir o programaSerenata de Coimbra, aos domingos com repetição à sexta-feira, nós nunca perdíamos tal oportunidade, tal o entusiasmo que tínhamos.
As nossas guitarras eram do chamado tipo de Lisboa, embora o que cantássemos fossemFados de Coimbra. Eu, pessoalmente, conhecia um repertório muito vasto, de várias dezenas de fados que haviam sido gravados na década de 20 (Menano, Bettencourt, Junot, Goes e Paradela).
A ideia que tenho é que, depois da saída do meu grupo, o Fado de Coimbra começou a perder cultores entre os estudantes do liceu, e esta minha asserção advém do seguinte:
Nas comemorações do 150º Aniversário da criação do Liceu (1º de Dezembro de 1991), na récita que houve no Teatro Garcia de Rezende, em que participaram também antigos estudantes só se cantaram dois Fados de Coimbra (Canção das Lágrimas e É tão lindo o teu Olhar) e quem os cantou fui eu, que deixara o Liceu havia quase meio século.
Uma dezena de anos depois, nas comemorações do 1º Centenário da Tuna Académica (1º de Dezembro de 2002), na récita realizada no Teatro Garcia de Rezende, houve fado mas fado de Lisboa e só de Lisboa (António Pinto Bastos).
Eu era para participar e até teria um acompanhante de luxo à guitarra, o António José Moreira, que muito amavelmente se prontificou a acompanhar-me, mas houve um equívoco de datas, de que fui o culpado, e a actuação não se concretizou. Daqui testemunho o meu muito apreço e profunda gratidão ao António José Moreira pela sua disponibilidade e extrema gentileza.
Sugeriram-me então dois outros acompanhantes, mas essa experiência não resultou, pelo que optei por ficar na assistência para não correr o risco de um possível fiasco.
(Estes dois factos afiguram-se sintomáticos de uma crise mais geral e profunda. Substituindo a expressão, presentemente muito controversa, de Fado de Coimbra, pela designação perfeitamente pacífica de O Canto e Guitarra de Coimbra, eu diria que o Canto entrou em decadência).
Nota Final:
Para maiores detalhes consultar: MEMÓRIA DO LICEU, de J. M. Monarca Pinheiro, Évora, 1991, e GUITARRA PORTUGUESA – da Torre de Belém às ruas e associações do Redondo e Évora, de Lino Rodrigo e Teotónio Xavier, in A Guitarra Portuguesa – Actas do Simpósio Internacional realizado na Universidade de Évora em 7, 8 e 9 de Setembro de 2001, Editora Estar, Lisboa, 2002.
Lisboa, 30 de Setembro de 2005
[1] As cadeiras eram as seguintes: Gramática Portuguesa e Latina, Clássicos Portugueses e Latinos (1ª Cadeira), Ideologia, Gramática geral e Lógica (3ª Cadeira) e Oratória, Poética e Literatura Clássica, especialmente a Portuguesa (10ª Cadeira).
quarta-feira, setembro 23, 2009
Foi nesta Igreja...
Foi nesta Igreja dos Loios que não é da Igreja (I maiúsculo) onde casei! :)
A fotografia data do século XIX.
domingo, setembro 20, 2009
sexta-feira, setembro 18, 2009
Açorda
O Açorda tem muita personalidade: gosta de observar tudo de longe e não suporta que lhe toquem sem que ele peça!
É o oposto da tangerina! Mas dão-se muito bem!
quarta-feira, setembro 16, 2009
sexta-feira, setembro 11, 2009
quinta-feira, setembro 10, 2009
terça-feira, setembro 08, 2009
sexta-feira, setembro 04, 2009
Pensamentos Populares
Tenho um livrinho onde escrevo quando me esqueço de ti; é um livro de capa negra onde 'inda nada escrevi.
by C
terça-feira, setembro 01, 2009
Cá está ela!
Lubitel (Russian: Любитель, Russian for Amateur) refers to any of the several medium format twin-lens reflex cameras manufactured in Russia by LOMO. The design is based on the early 1930's Voïgtlander Brilliant camera with various improvements.
They are often considered toy cameras due to cheap price, bakelite and later plastic construction and low build quality. However the Lubitels use 120 film, feature Cooke triplet, all-glass lenses and shutter speeds can be set from Bulb to 1/250 of a second. Apertures vary from f/4.5 to f/22. These characteristics are closer to those of an amateur TLR of the fifties than a toy or disposable camera. They can achieve good results when the lens is stopped down but, as with any 3-elements lens, the results will be soft by today's standards at larger apertures.
Lubitel cameras are often used by art photographers or amateurs looking for a cheap introduction to medium format.
PS: Link para o manual http://www.butkus.org/chinon/russian/lubitel_2/lubitel_2.htm
quinta-feira, agosto 27, 2009
Olho Humano Vs Máquina Fotográfica
segunda-feira, agosto 24, 2009
Morro Velho
Fazenda o camarada que ao chão se deu
Fez a obrigação com força
Parece até que tudo aquilo ali é seu
Só poder sentar no muro
E ver tudo verdinho, lindo a crescer
Orgulhoso camarada, de viola em vez de enxada
Filho de branco e de preto
Correndo pela estrada atrás de passarinho
Pela plantação a dentro
Crescendo os dois meninos sempre pequeninos
Peixe bom dá no riacho
De água tão limpinha, dá pro fundo ver
Orgulhoso camarada, conta estórias pra moçada
Filho do senhor vai embora
Tempo de estudo na cidade grande
Parte, tem os olhos tristes
Deixando o companheiro na estação distante
Não esqueça, amigo, eu vou voltar
Some longe o trenzinho ao Deus dará
Quando volta já é outro
Trouxe até sinhá mocinha para apresentar
Linda como a luz da lua
Que em lugar nenhum rebrilha como lá
Já tem nome de doutor
E agora na fazenda é quem vai mandar
E seu velho camarada
Já não brinca mais, trabalha...
sexta-feira, agosto 07, 2009
terça-feira, agosto 04, 2009
Por viver assim
De viver a vida sem sossego
Sem embaraço, sem sentir cansaço
Por viver assim
O dia a começar quando o sol se põe
Com a lua por nossa mãe
Há ilusões por aprender
Sentimentos iguais para
Conhecer alguém que não tem medo
De viver a vida sem sossego
Sem embaraço, sem sentir cansaço
Por viver assim
A cabeça no vinho embriagar
Faz-nos aumentar o sonhar
A partilhar muito calor
Arriscar a vida para
Conhecer alguém que não tem medo
De viver a vida sem sossego
Sem embaraço, sem sentir cansaço
Por viver assim
por Rui Melo e Mico da Câmara Pereira
quinta-feira, julho 23, 2009
quarta-feira, julho 15, 2009
quinta-feira, julho 09, 2009
A Tristeza dos Portugueses
Sobre nós mandam tanto a saúde e o dinheiro que temos, o sítio onde nascemos, o sangue que herdámos, os hábitos que aprendemos, a raça, a idade que temos, o feitio, a disposição, a cara e o corpo com que nascemos, as verdades que achamos; mandam tanto em nós estas coisas que nos dão que ficamos com pouco mais do que a vontade. A vontade e um coração acordado e estúpido, que pede como se tudo pudéssemos. Um coração cego e estúpido, que não vê que não podemos quase nada.
Aí está a razão da nossa tristeza permanente. Cada homem tem o corpo de um homem e o coração de um deus. E na diferença entre aquilo que sentimos e aquilo que acontece, entre o que pede o coração e não pode a vida, que muito cedo encontramos o hábito da tristeza. Habituamo-nos a amar sem nos sentirmos amados e a esse sentimento, cortado por surpresas curtas, passamos a chamar amor. E com verdade. No mundo das ausências, onde a tristeza vem de sabermos muito bem o que nos falta, a nós e àqueles que nos rodeiam, a bondade, que nos torna vulneráveis aos sofrimentos daqueles que nos acompanham e nos faz sofrer duas vezes mais do que se estivéssemos sozinhos, é o preço que pagamos por não sermos amargos. É graças à bondade que estamos tristes acompanhados. Há uma última doçura em sermos tristes num mundo triste. Igual a nós.
Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'
Mas como podemos nós ser tão tristes assim se Portugal tem locais como este?
quarta-feira, julho 08, 2009
Não acredito, mas que as há, há!
segunda-feira, junho 29, 2009
Lubitel 2
sexta-feira, junho 26, 2009
Sabem quem morreu ontem?
segunda-feira, junho 22, 2009
José Calvário
Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós
Música: José Calvário
Letra: José Niza
Interprete: Paulo de Carvalho
segunda-feira, junho 15, 2009
vascopereira.com operacional
O vascopereira.com já está operacional.
sexta-feira, junho 12, 2009
quinta-feira, junho 11, 2009
Retrato de outrora
Johann Wolfgang von Goethe
terça-feira, junho 09, 2009
segunda-feira, junho 08, 2009
vascopereira.com
domingo, junho 07, 2009
IV Noites de Luar
quarta-feira, junho 03, 2009
sexta-feira, maio 29, 2009
terça-feira, maio 26, 2009
Virus!
- Descobri um processo estranho a correr "vcp.exe" (curiosamente vcp é o meu login!);
- Entradas de serviços em execução sem nome (através da msconfig.exe tool do windows);
- Drivers fantasmas com nomes aparentemente válidos (%System%\drivers\nicsk32.sys,fips32cup.sys, securentm.sys, ati64si.sys, ws2_32sik.sys, ACPI32.SYS, port135sik.sys
) - Entradas no registo para serem executados on run (HKEY_CURRENT_USER\SOFTWARE\Microsoft\Windows\CurrentVersion\Run)
- Objectos de "IE browser" suspeitos ([-HKEY_LOCAL_MACHINE\SOFTWARE\Microsoft\Windows\CurrentVersion\Explorer\Browser Helper Objects\{5C255C8A-E604-49b4-9D64-90988571CECB}])
segunda-feira, maio 25, 2009
domingo, maio 24, 2009
Casamentos...
Vejam a foto-reportagem aqui.
sexta-feira, maio 22, 2009
O que é que tem?
quinta-feira, maio 21, 2009
Nesta altura não havia televisão...
Já um acto religioso é muito diferente ao ar livre ou no interior de uma catedral. Mas a TV é algo de minúsculo e trivial como o sofá donde a presenciamos. Diremos assim e em resumo que a TV é um instrumento redutor. Porque tudo o que passa por lá chega até nós diminuído e desvalorizado no que lhe é essencial. E a maior razão disso não está nas reduzidas dimensões do ecrã, mas no facto de a «caixa revolucionadora» ser um objecto entre os objectos de uma sala.
Mas por sobre todos os males que nos infligiu, ergue-se o da promoção do analfabetismo. Ser é um acto difícil e olhar o boneco não dá trabalho nenhum. Ler exige a colaboração da memória, do entendimento e da imaginação.
A TV dispensa tudo. Uma simples frase como «o homem subiu a escada» exige a decifração de cada palavra, a relação das anteriores até se ler a última e a figuração do seu sentido e imagem correspondente. Mas na TV dá-se tudo de uma vez sem nós termos de trabalhar. Mas cada nossa faculdade, posta em desuso, chega ao desuso maior que é deixar de existir. Mas ser homem simplesmente é muito trabalhoso. E o mais cómodo é ser suíno...
por Vergílio Ferreira
quarta-feira, maio 20, 2009
terça-feira, maio 19, 2009
segunda-feira, maio 18, 2009
sexta-feira, maio 15, 2009
terça-feira, maio 12, 2009
Bosques - Costa Rica #4 - #n
Admito também que provavelmente foi a melhor viagem da minha vida. Admito. E admito que não me quero esquecer de nada!
Querem um resumo? Eu quero, admito! Aqui vai:
Domingo, 16 de Novembro:
- Acidente de carro
- Alteração do percurso para o Arenal
- Queijo Palmito? Qué isto?
- Pouco se viu o Vulcão Arenal
- Vulcão Arenal desapareceu?
- Serpentário
- Percurso pela base do vulcão
- Almoço rancho
- La fortuna
- Termas e Sauna e SPA nas águas do vulcão
- Viagem para Santa Helena
- Reconhecimento das estradas profundas da Costa Rica
- Reconhecimento do percurso a fazer no dia seguinte
- Jantar ás 18h na Vila de Santa Helena, meio deserta com tempestade
- Dormida com aranhas e tempestades
- Visita guiada ao Bosque Nubloso
- Viagem de caminho a descer para o oeste / pacífico
- Puntarenas almoço do Cabalo Blanco
- Mudança climatérica brutal
- Viagem com montes de palmeiras, calor húmido,… suor..
- Chegada Quepos (horrível vila)
- Banho de Piscina
- Jantar no Avião ao pôr do Sol
- Dormida
- Visita pelos canais da Parrita (?) a ver crocodilos e macacos
- Playa Manuel António
- Arrumadores de carros
- Ideia maluca de voltar ao arenal para ver o vulcão em vez: Aceite!
- Vista ao Parque Manuel António
- Viajem para La Fortuna outra vez
- San Ramon afinal não é tão giro assim
- E o Queijo Palmito é horrível
- Vulcão arenal mostra-se!
- Jantar na marisqueira da La Fortuna
- Partida para o aeroporto
- Chegada demasiado cedo (o avião partia sexta pelas 18h da Costa Rica)
- Viagem de Avião
- Chegada a Lisboa…
quinta-feira, maio 07, 2009
Viagem de Carro atribulada - Costa Rica #3
Depois de tudo resolvido com o carro, tínhamos que decidir o que fazer. Tinhamos que ir trocar o jipe porque estava todo partido e apesar de andar não queríamos passar o resto da semana com o carro naquele estado. Entretanto no meio daquela espera estivemos a falar com os locais que nos avisaram que o sitio para onde estávamos a pensar ir era muito perigoso principalmente para duas pessoas sozinhas!! Resolvemos então voltar a San Jose para mudar de viatura e seguir para a ponta contrária do país!!! O Vasco tinha passado 2 semanas a fazer um itinerário que nós acabávamos de mandar pela janela! Aventura!!!
quarta-feira, maio 06, 2009
A vida privada de ... Cláudia Vieira
segunda-feira, maio 04, 2009
10 anos na TUIST
A TUIST de volta ao Theatro Circo - XIX FITU Bracara Avgvsta
E tudo começou assim:
Boa noite braga! No seu regresso a este circo renovado, a TUIST apresenta sua homenagem ao teatro e a um dos maiores dramaturgos portugueses.
Vagamente baseado na obra de gil vicente.... para vós: O Auto da Banca dos Infernos
A luta entre deus e o diabo, entre o céu e o inferno...
Barca do Inferno:
"Vinde à barca do inferno
Vinde todos para cá
Nesta barca que eu governo
É tudo porreiro pá!"
Barca da Glória:
"É a barca de quem ama
if you are a good man
É barca do Obama
Nesta barca: yes you can!!! "
Melhor Desfile: Cordoba
Melhor Bandeira: TAL
Melhor Pandeireta: Transmontuna
Melhor Solista: Oviedo
Melhor Instrumental: TUIST
3ª Melhor Tuna: TAL
2ª Melhor Tuna: TUIST
Tuna Mais Tuna: Transmontuna
Melhor Tuna: Tuna Universitária de Aveiro
Tunas Participantes
- Tuna da Universidade Católica Portuguesa - Porto
- Tuna Universitária de Aveiro
- Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico
- Tuna de Ingenieros Agrónomos y de Montes de Córdoba (Espanha)
- Transmontuna - Tuna Universitária de Trás-os-Montes e Alto Douro
- Tuna Académica de Lisboa
- Tuna de Derecho de Oviedo (Espanha)
Tunas Extra-concurso:
Azeituna – Tuna de Ciências da Universidade do Minho
Tuna de Segreles (Porto Rico)
Tuna Organizadora:
Tuna Universitária do Minho
Apresentação:
Final do Concurso Stand Up TUM com RUM
Jogralhos – Grupo de Jograis Universitários do Minho
quarta-feira, abril 29, 2009
terça-feira, abril 28, 2009
Twitters, Blogs, Hi5 e tudo o que serve para nos controlar...
E eu sou só mais um que não quer ser infoexcluído! Por isso, aqui fica o meu twitter http://twitter.com/vascocp .
segunda-feira, abril 27, 2009
XIX FITUA
Aveiro em festa! Como sempre, como antes. E a TUIST esteve lá sempre a sorrir, sempre a cantar... Entre os ovos moles e o Favaíto, para os currículos das tunas ficam os resultados.
Melhor Estandarte: Tuna de Engenharia da Universidade do Porto
Melhor Solista: Tuna de la Universidad de Leon (ESP)
Melhor Pandeireta: Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico Lisboa
Melhor Instrumental: Tuna Académica de Lisboa
Tuna Mais Tuna: Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico Lisboa
3ª Melhor Tuna: Infantuna Cidade de Viseu
2ª Melhor Tuna: Tuna Académica de Lisboa
Grande Prémio XIX FITUA: Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico Lisboa
Participaram ainda a Estudantina Universitária de Coimbra, Tuna Universitária do Minho e Copituna-Tuna Académica da Guarda.