quinta-feira, novembro 26, 2009

VCP em Angola #11 - Outros

… outros serviços

Luz é água são bens escassos em Luanda. É frequente o corte durante horas ou mesmo dias. Há zonas da cidade onde, simplesmente, não existe fornecimento. A solução adoptada por muitos passa por comprar um gerador próprio, para a electricidade, e um tanque de água que é depois abastecido por um camião cisterna.

… segurança

Luanda é uma cidade insegura. Os assaltos são frequentes. Telemóveis, computadores pessoais e, claro, dinheiro são os alvos principais dos “amigos do alheio”. Há que ter alguns cuidados: evitar andar a pé na rua em especial durante a noite; trancar as portas do carro; de noite, não parar nos semáforos e, acima de tudo, não confiar na sorte. Uma atitude consciente e defensiva é sempre a mais prudente. Em caso de assalto, raramente há violência. Embora os delinquentes andem quase sempre armados, só usarão a arma (e usam) se houver resistência. Para mim, a vida tem mais valor que um iPhone, mas isto sou eu a falar.

… enviar dinheiro para o estrangeiro

É difícil. Até há uns meses atrás era relativamente fácil enviar dinheiro para fora, mas com a escassez de dólares no mercado e com a crise (também aqui, sim!) a situação complicou-se. Pelo banco, o Governo obriga à apresentação de um atestado de residência e do contrato de trabalho, este último uma miragem para muitos trabalhadores estrangeiros em Angola. Existem alguns balcões da Western Union e semelhantes onde é mais fácil o envio, embora limitado a uma determinada quantia mensal.

… as pessoas

É como em tudo, há gente boa, gente assim-assim e gente má. Em geral, o angolano tem pouca responsabilidade, mas isto é uma coisa que se constrói com o tempo. Há uma nacional dificuldade em se cumprir um horário e a palavra dada é só palavra dita. Contudo, as pessoas genuínas são verdadeiras. Convém andar sempre com uns kwanzas no bolso, podem dar imenso jeito.

… lazer

Luanda não é uma cidade com muitas ofertas de lazer. Talvez por isso o Belas Shopping, o único centro comercial a funcionar (apesar de existirem muitos outros já em projecto ou mesmo em construção), seja, ao domingo, sítio de romaria e um local a evitar. O Belas que é aproveitado como cenário bucólico para fotografias de casamento. Às quintas e sextas é ver as comitivas em animados desfiles por entre lojas e corredores. O Cineplace, um complexo com oito salas de cinema – as únicas no activo – está lá instalado.

Quem procura diversão nocturna vai à Ilha, que é apenas uma península e que não deve ser confundida com o Mussulo. O Chillout é o ponto de encontro dos portugueses, com música House. Faz lembrar as discotecas lisboetas, mas ao ar livre. Miami Beach, Caribe e Jango Veleiro são outros nomes a decorar. Fora da Ilha do Cabo (ou de Luanda, como é coloquialmente chamada), o Palos é a Meca da noite. Por ter sido a primeira e pelo seu dono, o exuberante Paulo Von Haff, a discoteca / bar tem às quintas-feiras a sua grande noite semana. São as noites latinas. Se estiverem à procura de sons mais tradicionais, vulgo Kizomba, Don Q e W são os sítios onde querem ir.

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