Os olhos abrem-se ainda colados do sono reparador. Os números encarnados a piscar dizem-me as horas que à primeira vista não os percebo. Pouco a pouco entendo o que me diz: são duas da tarde. Rebolo para o outro lado da cama para fugir aos raios que rasgam o quarto entre a janela semi-aberta. Não quero acordar. Não quero voltar a sentir nem mais um dia de ansiedade. A luz desperta-me a mente e, passinho e passinho, o cérebro vai arrancando. Imagino o que irei fazer neste Domingo. Descansar é uma boa hipótese. Mas não me apetece ficar em casa. O sol lá fora excita-me os sentidos e num salto frenético de energia explosiva levanto-me e vou tomo um banho rápido. Visto qualquer coisa, pego no meu carro e saio de casa.
Há dias em que ficar na cama me parece a melhor alternativa, outros que ficar na cama é ver a vida passar.
Não gosto de ver a vida passar. Gosto de dar passos na minha vida. De certeza me levarão a bons portos. Passo a passo. Devagarinho. Nunca com pressões e obrigações (que nos sufocam e nos prendem a um passado que jamais voltará). Ter a coragem de saltar do precipício é uma boa máxima. Saltar sem saber se o paraquedas vai abrir ou se vai aparecer um anjo que nos salve da queda. Na realidade, esse passo para o precipício é a única forma libertadora porque, de certeza, tudo irá mudar quando estivermos a cair vertiginosamente. O despenhadeiro é uma oportunidade de vida. Dar o passo em frente é buscar a felicidade. Nem que seja a felicidade de nos sentirmos livres durante os breves segundos da queda! Afinal, todos sonhamos voar! Coragem! Mas calma! Os humanos ainda não têm asas!
3 comentários:
Ainda....
Mas não é com asas que voas realmente... Até Fernão percebeu isso ;)
Esse não era o outro que também fumava umas cenas esquisitas?
Voa sempre...bem alto...é bom sentirmo-nos livres.
Uma beijoka
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