A vida escapa-nos. Foge-nos, corre,... Antes de adormecer, sofri um abanão!
Na penumbra, alguém me pegou na mão. Acariciou-me a palma em silêncio, como se quisesse ler-me as linhas da pele. A minha mão tremia sob o seu contacto. Surpreendi-me ao desenhar mentalmente as formas do seu corpo debaixo daquele lençol branco. Desejava sentir a pulsação a arder-lhe debaixo da pele mas encontrei o seu olhar sereno de amor. Aquele olhar exitou-me os sentidos! Uma mulher de cabelos pretos e olhos avelã. Uma mulher de traços moldados à qual a juventude escapava a cada instante. Sussurou-me: "O tempo esfria tudo. Aproveita o momento."
Numa fotografia dinâmica recordei todos os relacionamentos que vivi, as amizades que perdi, os amores que desdelhei, as mulheres que amei... Uma onda salgada soltou-se dos meus olhos. Saborei-a quando me tocou nos lábios trémulos de compaixão. A visão que aquela mulher me deu entristeceu-me. Era todo o espelho de uma vida. A minha vida! (A nossa?)
Vi os meus amigos de infância, os da escola, os dos copos, os do emprego,... A bola de cristal mostrou-me o papel de cada um deles na minha vida. Cada um deles dá-me algo que aceito e me faz crescer. Na infância, foram as brincadeira e correrias do pátio. Na escola, os primeiros beijos e primeiras estaladas. Nos copos as gargalhadas e no emprego o companheirismo. Cada um deles, da sua forma distinta, molda-me. Cada um tem o seu lugar.
Naquela bola embaciada, pelo calor das mãos daquela mulher, vi um brilho sempre a meu lado. Pensei de forma ingénua que fosse uma fada ou uma estrela, mas quando foquei o meu olhar naquele brilho apercebi-me que era uma pessoa. Não lhe consegui ver a cara, mas pela forma corporal, vi-lhe o sorriso. Era a minha mulher, minha amiga e companheira. A mãe dos meus filhos. Vi nela uma amizade estrondosa, um carinho imenso e um amor ardente. Quis ver-lhe a cara, mas quando tentava rodar a bola, escorregou para o chão e quebrou-se em mil pedaços... Olhei zangado para aquela misteriosa mulher e notei que tinha desaparecido. Fiquei incrédulo! Nunca cheguei a perceber se fui eu que deixei cair a bola, ou se foi a mulher que o fez. Duvido até que tenha aparecido alguma mulher...
A vida vai correndo, as mudanças acontecendo e tantas vezes nos afastamos de quem amamos. A saudade bate: "É a vida!" desculpamo-nos como se não houvesse nada a fazer. Fazemos promessas de novos encontros, uma e outra vez, sempre que for possível, mas esses encontros torna-se cada vez menos frequentes. Mês após mês vamo-nos afastando. Cada vez mais, até que no último adeus de um, voltamos a fazer novas promessas de encontros mensais. Promessas vãs.
A vida corre. Corre muito depressa. Vale a pena aproveitar todos os momentos, todos os relacionamentos. Viver cada um com a intensidade que merece. Sempre!
O meu quarto cheira a um pó quente brilhante... Será que aquela mulher teve mesmo aqui? Vou-me deitar sossegado. Amanhã vou acordar e viver intensamente cada relação que tenho: a relação com o amigo dos desabafos, a relação com o colega de emprego, a relação com o empregado do restaurante do almoço, a relação com a namorada, a relação com o motorista do autocarro, a relação com o amigalhaço das noites de fim-de-semana, a relação com o irmão, a relação com a minha amante, a relação com a amiga chata, a relação com a mulher da limpeza lá do escritório, a relação com o amigo da amiga do meu amigo... Vou aproveitar cada olhar, cada troca, cada partilha. Porque a saudade vai bater à porta e, quando ela vier, sei que aproveitei todos os momentos e relacionamentos. Vou viver intensamente a minha vida extraordinária, porque o mundo é imenso e está cheio de gente!
Na penumbra, alguém me pegou na mão. Acariciou-me a palma em silêncio, como se quisesse ler-me as linhas da pele. A minha mão tremia sob o seu contacto. Surpreendi-me ao desenhar mentalmente as formas do seu corpo debaixo daquele lençol branco. Desejava sentir a pulsação a arder-lhe debaixo da pele mas encontrei o seu olhar sereno de amor. Aquele olhar exitou-me os sentidos! Uma mulher de cabelos pretos e olhos avelã. Uma mulher de traços moldados à qual a juventude escapava a cada instante. Sussurou-me: "O tempo esfria tudo. Aproveita o momento."
Numa fotografia dinâmica recordei todos os relacionamentos que vivi, as amizades que perdi, os amores que desdelhei, as mulheres que amei... Uma onda salgada soltou-se dos meus olhos. Saborei-a quando me tocou nos lábios trémulos de compaixão. A visão que aquela mulher me deu entristeceu-me. Era todo o espelho de uma vida. A minha vida! (A nossa?)
Vi os meus amigos de infância, os da escola, os dos copos, os do emprego,... A bola de cristal mostrou-me o papel de cada um deles na minha vida. Cada um deles dá-me algo que aceito e me faz crescer. Na infância, foram as brincadeira e correrias do pátio. Na escola, os primeiros beijos e primeiras estaladas. Nos copos as gargalhadas e no emprego o companheirismo. Cada um deles, da sua forma distinta, molda-me. Cada um tem o seu lugar.
Naquela bola embaciada, pelo calor das mãos daquela mulher, vi um brilho sempre a meu lado. Pensei de forma ingénua que fosse uma fada ou uma estrela, mas quando foquei o meu olhar naquele brilho apercebi-me que era uma pessoa. Não lhe consegui ver a cara, mas pela forma corporal, vi-lhe o sorriso. Era a minha mulher, minha amiga e companheira. A mãe dos meus filhos. Vi nela uma amizade estrondosa, um carinho imenso e um amor ardente. Quis ver-lhe a cara, mas quando tentava rodar a bola, escorregou para o chão e quebrou-se em mil pedaços... Olhei zangado para aquela misteriosa mulher e notei que tinha desaparecido. Fiquei incrédulo! Nunca cheguei a perceber se fui eu que deixei cair a bola, ou se foi a mulher que o fez. Duvido até que tenha aparecido alguma mulher...
A vida vai correndo, as mudanças acontecendo e tantas vezes nos afastamos de quem amamos. A saudade bate: "É a vida!" desculpamo-nos como se não houvesse nada a fazer. Fazemos promessas de novos encontros, uma e outra vez, sempre que for possível, mas esses encontros torna-se cada vez menos frequentes. Mês após mês vamo-nos afastando. Cada vez mais, até que no último adeus de um, voltamos a fazer novas promessas de encontros mensais. Promessas vãs.
A vida corre. Corre muito depressa. Vale a pena aproveitar todos os momentos, todos os relacionamentos. Viver cada um com a intensidade que merece. Sempre!
O meu quarto cheira a um pó quente brilhante... Será que aquela mulher teve mesmo aqui? Vou-me deitar sossegado. Amanhã vou acordar e viver intensamente cada relação que tenho: a relação com o amigo dos desabafos, a relação com o colega de emprego, a relação com o empregado do restaurante do almoço, a relação com a namorada, a relação com o motorista do autocarro, a relação com o amigalhaço das noites de fim-de-semana, a relação com o irmão, a relação com a minha amante, a relação com a amiga chata, a relação com a mulher da limpeza lá do escritório, a relação com o amigo da amiga do meu amigo... Vou aproveitar cada olhar, cada troca, cada partilha. Porque a saudade vai bater à porta e, quando ela vier, sei que aproveitei todos os momentos e relacionamentos. Vou viver intensamente a minha vida extraordinária, porque o mundo é imenso e está cheio de gente!
7 comentários:
Fantástico, como últimamente tenho partilhado desta mesma tua opinião. Viver intensamente...conseguiste expressar de forma tão clara o que eu não consegui neste último mês. Obrigada Vasco pela tua partilha constante.
Beijo
Há coisa fantásticas, não há?
Simplesmente lindo... =)
Vive intensamente a vida extraordinária... dos teus amigos.
É a melhor maneira de "enriqueceres" e viveres a tua, aproveitando todos os momentos.
De facto, o mundo está cheio de gente, cada vez mais... Mas cada vez encontro mais gente porreira e divertida. Ontem foi uma noite que não fugiu à regra. Foi fixe conhecer-vos a todos pessoalmente uma vez que já vos "conhecia" de nome...
Espero que não te importes, mas tenho, no meu blog, um link para o teu... Para vir espreitar sempre que possível... eheheh
Abraço, Vasco.
Viver é uma coisa fantastica, nao é? Seguimos rumo ao Nirvana, eu pelo menos gosto de pensar nisso dessa forma...
Abraco
A vida está cheia de infinitas possibilidades! Não é magnífico? Eu cá acho que sim! Eu gosto de viver assim!
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