A noite caiu quase à traição, com um hálito frio e um manto púrpura que resvalava entre os resquícios das ruas. Apertei o passo. A Margarida tinha inteligentemente combinado aquele lugar para o nosso encontro. Um local onde as sombras do frio mantinham todos os sentidos em alerta.
Quando cheguei, na penumbra do candeiro, pegou-me na mão e acariciou-me o rosto em silêncio. Sentei-me a seu lado. Senti que aquele encontro seria a desculpa do adeus. Observei-a. Surrurrei-lhe: "isto não tem de ser assim". Ela sorriu com uma certa tristeza e evitou o meu olhar.
O anoitecer amparava-nos e naquele silêncio do abandono que une os estranhos, senti-me com coragem para lhe dizer fosse o que fosse. Nada mais importava. "Gostas dele?", perguntei-lhe. Ela deixou escorrer uma lágrima doce, esboçou um sorriso cúmplice e respondeu-me: "Ele trata-me bem!". Quase de seguida, aninhou-se a meu colo e chorou até a lua ir bem alta.
Era quase meia-noite e convidei-a a levantar-se e ir dormir. Caminhámos em direcção à sua casa em pleno silêncio.
Como um relâmpago, parei de caminhar e agarrei-lhe o corpo firmemente. Fixei-lhe o olhar. A nossa respiração aumentou o ritmo e senti gotas de suor no meu rosto nervoso. Aquele momento foi único... Beijámo-nos e fugimos de tudo e de todos para bem longe. Sem justificações, sem razões, sem medos! Só nós importávamos!
Fomos felizes o resto da vida!
Quando cheguei, na penumbra do candeiro, pegou-me na mão e acariciou-me o rosto em silêncio. Sentei-me a seu lado. Senti que aquele encontro seria a desculpa do adeus. Observei-a. Surrurrei-lhe: "isto não tem de ser assim". Ela sorriu com uma certa tristeza e evitou o meu olhar.
O anoitecer amparava-nos e naquele silêncio do abandono que une os estranhos, senti-me com coragem para lhe dizer fosse o que fosse. Nada mais importava. "Gostas dele?", perguntei-lhe. Ela deixou escorrer uma lágrima doce, esboçou um sorriso cúmplice e respondeu-me: "Ele trata-me bem!". Quase de seguida, aninhou-se a meu colo e chorou até a lua ir bem alta.
Era quase meia-noite e convidei-a a levantar-se e ir dormir. Caminhámos em direcção à sua casa em pleno silêncio.
Como um relâmpago, parei de caminhar e agarrei-lhe o corpo firmemente. Fixei-lhe o olhar. A nossa respiração aumentou o ritmo e senti gotas de suor no meu rosto nervoso. Aquele momento foi único... Beijámo-nos e fugimos de tudo e de todos para bem longe. Sem justificações, sem razões, sem medos! Só nós importávamos!
Fomos felizes o resto da vida!
3 comentários:
Magnífico. Dúbio no final, mas magnífico.
Como diz o Miguel, final dúbio mesmo, a menos que tenham morrido ali mesmo...Mas se foram felizes, penso que isso basta! Gostei da intensidade dos fatos!
beijinhos
gostei de ler :)
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